É
difícil explicar a um estrangeiro que professores por aqui entram em greve por
tempo indeterminado e que isso pouco incomoda ao país e à sociedade.
O
poder público parece apático para resolver esse problema, e os maiores prejudicados,
que são os alunos, aproveitam para descansar, deixando para os pais mais esta
despesa extra.
Fato
curioso é que os salários dos professores continuam sendo rigorosamente pagos,
e as reivindicações dos mestres são por melhores condições de trabalho, ensino
de qualidade e salários dignos.
O
ano acadêmico vira uma imensa maionese, onde no final os alunos, mesmo
prejudicados, não são reprovados, com as festas de colação de grau coincidindo
com os festejos do nosso calendário e os professores não sendo atendidos em
suas reclamações.
Esta
greve das federais, que já dura três meses, tem como verdadeiro motivo a
tesoura do ajuste fiscal, que atingiu em cheio as casas de ensino superior,
comprometendo o desenvolvimento do país.
Essas
greves expõem também um processo antigo de politização nos campi, entre
organizações radicais de estudantes e sindicatos de professores, quase sempre
em oposição às reitorias.
A
perda do padrão de qualidade do ensino é o filho desse confronto.
Nossas
universidades federais, e algumas estaduais, como a USP, se transformaram em
espaço de luta política, em que o ensino deixou de ser prioridade.
Estamos
presenciando, sob os olhos indiferentes do governo federal, o desmonte das
nossas universidades públicas, algumas de excelência.
Não
há fonte de recursos externos consistentes, somente aqueles minguados e
insuficientes vindos do Tesouro Nacional.
O
pior é que o governo não está nem aí para o que acontece. Aliás, povo quanto
menos qualificado mais fácil de ser manipulado.
A
situação é grave e precisa ser enfrentada pelas pessoas sensatas que existem
nessas instituições.
Isto
tem de ter um basta, para o bem desta nação!
Gabriel
Novis Neves
16-09-2015
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