Em
um universo de cerca de cinco mil e setecentos municípios em vinte e sete
Estados (Brasil), encontramos escolas públicas com um ensino público de
qualidade, mesmo no mais longínquo sertão ou subúrbio distante.
Essas
escolas conseguem o “milagre” de chegar a níveis além dos encontrados em países
do Primeiro Mundo.
Para
dar esse enorme salto de qualidade a escola não adotou qualquer método novo com
tecnologias de ponta ou revolucionário.
Apenas
executou, com eficiência, o que recomenda a Secretaria de Educação do seu
Estado.
Adotou
o antigo método de reforço paralelo às aulas normais para ajudar àqueles alunos
que não conseguem acompanhar as aulas.
Essa
técnica existe em Matogrosso desde quando fui aluno da Escola Modelo Barão de
Melgaço.
Quando,
em 2003, pela segunda vez, fui Secretário de Educação do Estado, pude verificar
que os resultados eram os piores possíveis.
Certa
ocasião, visitando um dos mais prósperos municípios do Estado, com déficit de
salas de aulas e de professores qualificados, indaguei para diretora do
estabelecimento de ensino público como estava resolvendo o problema das aulas
de recuperação.
Ela
me respondeu mais ou menos com essas palavras: “Para ser bem honesta tenho a
lhe informar que a recuperação dos alunos com deficiência de aprendizagem só
existe nas planilhas que somos obrigadas a enviar mensalmente à Secretaria de
Educação”.
E
continuou dizendo que não possuíam salas de aulas disponíveis nem recursos para
pagar os professores na sua tarefa extra.
Conclui-se,
dessa verdade, que a crise na educação é motivada pelo governo que incentiva a
má gestão.
O
governo não oferece espaço físico nem professores. E o “faz de conta” corrói o
alicerce do nosso futuro - as crianças.
Os
diretores, professores e alunos do ensino fundamental são os grandes
sacrificados com a crise na nossa educação.
O
pior é que nossas autoridades conhecem esta realidade e fazem vistas grossas a
este genocídio educacional.
As
famílias até que tentam colaborar! Estão presentes nas escolas e participam dos
trabalhos escolares.
Mas,
infelizmente, por mais louvável que seja essa atitude, e necessária, não
conseguirá, sozinha, elevar o nível cultural de toda essa geração.
Acorda
Brasil!
Gabriel
Novis Neves
03-09-2015
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