As
pessoas têm memória curta e costumam desprezar os dados históricos, que são os
únicos capazes de uma avaliação verdadeira do futuro.
Enganam-se
todos os que dão como unânimes os dados das mídias de rejeição à era lulista.
Os
mais antigos lembram-se muito bem do chamado “mar de lama” em que viveu o
Brasil durante a ditadura getulista.
Bastou
a morte de seu líder, através do suicídio, para que ocorresse uma das maiores
comoções sociais que esse país já vivenciou.
Apesar
de adolescente, ainda consigo lembrar-me do trauma coletivo provocado pela
morte do chamado “pai dos pobres”.
É
preciso não esquecer que essas marchas antigovernistas convocadas através das
redes sociais, não incorporam o chamado povão, habitantes das periferias.
Esses
movimentos são, essencialmente, de classe média, sempre a mais insatisfeita
quando suprimidos os seus mimos, já que é a única que acredita em ascensão
social através de merecimento pessoal.
Manifestações
de revolta social só se caracterizam e surtem efeitos quando conseguem
mobilizar as massas. Isso aconteceu em todas as grandes revoluções, tais como,
a francesa, a russa, a mexicana e a cubana.
As
nossas manifestações populares, a primeira delas em junho de 2013, vêm se
esvaziando a cada dia, pois as reivindicações são vagas, sem os apelos
políticos necessários à gravidade do momento.
Os
menos abastados continuam contentes com suas festas nas lajes, com seus
churrascos dominicais acompanhados por pagodes e por seus bailes funk
prediletos.
Se
ainda rolar uma boa partida de futebol, o mundo estará perfeito!
A
relação desta classe com o governo é sempre paternal, uma vez que é descarta a
sua inserção no mercado de oportunidades acenadas pelo capitalismo, podendo,
dessa maneira, ser manipulada através de migalhas.
Os
governos populistas sabem muito bem como manipular essas pessoas!
Eternamente
desprezada por todos os governos, já incorporou a cultura de não ser
merecedora, como qualquer ser humano, de saúde, de educação e de saneamento
básico.
Por
essa razão, não são vistas em marchas de cunho político, a menos que para isso
estejam sendo pagas.
A
nossa organização de poder, com toda a maestria que a rodeia, centralizou as
suas atenções, principalmente, nos mais abastados - altos empresários e
banqueiros - e na classe operária - única capaz de alterar o jogo de poder.
Nós,
como um todo, que pertencemos a esse “gigante adormecido”, continuamos a
necessitar dessa figura paterna, que irá
nos redimir de todos os nossos males.
Toda
essa corrupção, todo esse descalabro nas contas públicas, todo esse desrespeito
com os princípios éticos e morais mínimos, foram incorporados e incutidos como
necessário para a chamada grande inclusão social.
Lavagem
cerebral é coisa séria! Nós médicos sabemos muito bem quais os seus efeitos.
E
ela continua sendo feita, não através de uma confissão de erros graves
cometidos, mas, através de injeções sucessivas de otimismo frente a uma séria
crise econômica. Otimismo este invisível para os mais esclarecidos.
Ao
que tudo indica, precisamos de bem mais conhecimento, principalmente,
histórico.
Gabriel
Novis Neves
18-08-2015
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