Há
meses abro os jornais e as notícias são sempre as mesmas: operação Lava Jato,
delação premiada, novas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) e a crise
política e econômica sem fim corroendo este país.
O
governo, totalmente sem rumo, marca reuniões e mais reuniões, que sempre
terminam com a data da próxima.
Discute-se
muito sobre o caos existente, mas um plano para se encontrar uma saída para o
imbróglio em que nos meteram, simplesmente não existe.
Já
é da nossa cultura política, quando diante de uma grave crise, marcar reuniões
sem conclusões.
Reuniões
se fazem quando se tem uma proposta consistente para resolver a situação de
calamidade.
Na
terrinha, enquanto se espera um plano salvador, surgem as reuniões, na
esperança que caia do céu uma proposta milagrosa.
Panelaços,
buzinaços, abraços em prédios, marcha das margaridas, gritarias, manifestações
de ruas, tudo termina no dia seguinte nas notícias de jornais.
A
corda da nossa tolerância está no esgarçamento máximo. A guerra entre o
Executivo e Legislativo continua cada
vez mais ampla, inclusive com apoio de deputados do partido do governo.
Apesar
dos trinta e nove ministérios, rareia o número de parlamentares governistas.
Dos
trezentos iniciais anteriores, restam apenas cento e trinta gatos pingados,
alguns nem sempre muito confiáveis.
Figuras
de proa do plano de governo foram atropeladas pela sua própria sede excessiva
de poder.
O
líder de vinte e dois anos da UNE (União Nacional dos Estudantes), ídolo da sua
geração, foi trocado pelo embaixador americano em um sequestro espetacular e
enviado a Cuba para treinamentos de guerrilhas e cirurgia plástica.
Hoje,
está totalmente abandonado pelos seus antigos liderados numa prisão em Curitiba
por desvio do erário.
É
triste presenciar o desaparecimento de uma expressiva liderança que estava
sendo preparada para assumir democraticamente o comando político deste país.
Chegou a ser “nomeado” o capitão do time no início de 2003.
A
ambição do seu grupo, e a sua própria, o tragaram para o fundo do poço do
ostracismo, de onde não mais terá tempo para sair.
Essas
são as notícias diárias, em que são mudados apenas os nomes dos atores.
Enquanto
isso, a crise política e financeira parece não ter fim.
Estamos
à procura de um líder, como admitiu o coordenador político do governo, não só
para nos salvar, mas, principalmente, para dar às mídias matérias mais
otimistas.
Isso
é fundamental para o equilíbrio do nosso sistema nervoso.
Gabriel
Novis Neves
11-08-2015
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