Há
setenta anos o mundo observava incrédulo o lançamento da primeira bomba atômica
sobre a cidade de Hiroshima, com a morte imediata de cem mil pessoas e a
destruição genética progressiva de outras oitenta mil.
Os
sobreviventes tratavam uns aos outros como queimados comuns, já que eram
desconhecidos os efeitos da radioatividade em longo prazo. Foram necessárias
décadas para avaliar os efeitos nefastos de tamanha insanidade.
A
irradiação de medo e de perplexidade se espalhou pelo mundo inteiro.
Segundo
autoridades americanas a barbaridade era necessária para por fim à Segunda
Guerra Mundial, que se arrastava há longos sete anos.
Entretanto,
estabeleceu-se um precedente ético grave. Três dias após, é lançada outra bomba
em uma nova cidade japonesa, Nagasaki, matando outras oitenta mil pessoas.
Apregoava-se
a necessidade do fato que pouparia a vida de quinhentos mil americanos, já que
ataques sucessivos dos chamados “kamikazes” (fieis adeptos do imperador japonês
que aceitavam jogar os próprios aviões para destruir navios americanos) já
haviam destruído dezoito navios da Marinha de Guerra americana.
Tudo
muito questionável, pois, segundo todos os comentaristas políticos da época, a
situação japonesa já era de rendição total.
Eu
pessoalmente tenho muita dificuldade para explicar tamanha barbaridade em nome
de possíveis ataques futuros de um país já totalmente combalido. Entretanto, a
lógica da guerra não é a lógica da razão.
O
fato é que a rendição japonesa foi fundamental para o término da Segunda Guerra
Mundial, uma das maiores catástrofes da humanidade.
Nunca
mais as relações entre as nações seriam as mesmas.
Atualmente
apenas oito países no mundo detêm a posse da bomba atômica. Inúmeros são os esforços de alguns países
para deter essa corrida nuclear, de uma forma efetiva ou não.
Pena
que não aprendemos nada com as tragédias e continuamos matando milhares de
pessoas diariamente através do abandono e da miséria, e isso parece que não
impacta muito a maioria das pessoas.
Com
certeza, não podemos mesmo ser chamados de seres racionais, tamanho é o nível
de violência que adotamos como comportamento.
O
ser humano continua inviável, lamentavelmente.
Gabriel
Novis Neves
08-08-2015
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