Tudo
que vemos, ouvimos ou sentimos é imediatamente registrado pelo nosso cérebro.
É
tamanha a intensidade com que estes estímulos nos afeta, que durante o sono
passamos a processá-los sob a forma de sonhos.
Apesar
de todo esse mecanismo ainda não estar totalmente elucidado, o que se sabe é
que se trata de um complexo mecanismo cerebral com o intuito de metabolizar e
equilibrar as nossas emoções.
Dessa
forma, não deveríamos nos preocupar tanto quando, a partir de certa idade,
fazemos uma espécie de processo de seleção da memória, passando a apagar o que
tem pouco interesse para nós.
Logo
imaginamos que estamos ficando reféns de uma doença degenerativa (Alzheimer), o
que, na maioria das vezes, não é verdadeiro.
Atualmente,
atordoados pela instabilidade política e econômica que vivemos, e aliadas às
notícias alarmantes vindas dos astrônomos de que o mês de agosto terá a maior
aproximação entre os planetas Terra e Marte, as preocupações com o simples
viver têm aumentado.
Tenho
ouvido de amigos o relato de uma grande piora na qualidade do sono. Um deles,
inclusive, me falava da maior incidência de pesadelos, todos carregados de
muita angústia.
Num
dos últimos que ele teve, acordava sobressaltado por bolas de fogo que caiam da
abóbada celeste, transformando-se em chuva ácida ao atingir o solo, alarmando
assim todos os habitantes do planeta.
Meu
mundo onírico logo estabeleceu uma metáfora muito clara de tudo que ouvi. Não
me lembro nesses oitenta anos de vida ter vivido um momento de tanta
instabilidade coletiva.
As
pessoas que detêm o poder se ensimesmaram em seus próprios umbigos, totalmente
ausentes da responsabilidade com os cargos para os quais foram eleitas, num
profundo desrespeito aos eleitores que representam.
Sentimo-nos
todos num país acéfalo, abandonado à sua própria sorte, sujeitos a chuvas e
trovoadas.
Ao
contrário, tentam salvar seus privilégios num jogo sórdido de vaidades e de
consequências imprevisíveis.
Nossas
instituições em nada se assemelham ao que delas esperamos. Os três poderes
atropelando-se mutuamente.
Os
nossos jovens, outrora tão atuantes, desapareceram do cenário político. Uma
crise econômica de dimensões assustadoras. Inflação na casa dos dois dígitos e
salários aviltados, comércio e indústria desabando. Desemprego galopante.
Voz
unânime entre os cientistas políticos, filósofos e pensadores, é de que o
momento é altamente preocupante e, se não for tratado com a responsabilidade
exigida, poderá trazer a temida chuva ácida.
Dessa vez não pelas razões telúricas sonhadas.
Como
um otimista inveterado, sigo acreditando no bom senso de alguns poucos detentores do poder que, aliás,
sempre existiram, ainda que em nossas piores crises.
Que
as nossas noites voltem rapidamente a ser povoadas por sonhos de paz e de
tranquilidade!
Gabriel
Novis Neves
27-07-2015
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