O
mau uso das redes sociais é a maior prova de que o mundo moderno anda em crise
- e das grandes.
Quanto
mais subdesenvolvido um povo, mais rapidamente ele adere aos comportamentos de
massa.
Nesse
sentido, como não poderia deixar de ser, dado o nosso baixíssimo nível cultural,
somos os campeões em: histeria futebolística; número de procedimentos estéticos
que transformam os velhos em figuras
bizarras; cirurgias plásticas realizadas; número de academias promissoras de
corpos esculturais e de juventude eterna; número de selfies tiradas - e todo e qualquer outro modismo que
possa nos tirar da pobreza mental da qual somos vítimas.
Tudo
sem falar no alto consumo de drogas ilícitas e das lícitas, tais como o álcool
e as medicamentosas, livremente vendidas, e até mesmo propagandeadas.
Sou
muito assediado, até por pessoas de bom nível intelectual, para entrar nesse
mundo das redes.
Não
consigo entender como pessoas medianamente equilibradas queiram adquirir
seguidores ditos “amigos”.
Levamos
uma vida para consolidar uma amizade e, mesmo assim, algumas vezes, nos
decepcionamos.
Perder
meu precioso tempo postando o que almocei, o que bebi, com quem estava e em que
lugar, enfim, toda essa parafernália exibicionista, parece, a mim, e a quem
recebe, extremamente deprimente, de uma carência absurda.
A
minha privacidade só diz respeito a mim mesmo e a um pequeníssimo número de
amigos verdadeiros.
Os
milhões de amigos que os internautas dizem fazer estão apenas na imaginação
deles, e que, também pela mesma carência, se declaram seus seguidores.
Mas,
afinal, que mundo é esse em que abundam a pobreza espiritual e as falsidades de
conceitos?
Que
importa os carros, as piscinas, as viagens, as festas, os eventos daqueles cuja
única motivação de vida é esfregar aos olhos alheios a sensação de uma
felicidade perene, sinônima da oligofrenia?
Depois
de darmos telefone, endereço, fotos de amigos, de familiares e até de animais
de estimação às pessoas que nem conhecemos, ainda temos o desplante de
dizer-lhes à queima roupa que os “amamos”.
Essas
pessoas precisam sim de seguidores, de preferência policiais ou psiquiatras,
tamanho o grau de sua doença.
Por
favor, desculpe-me a insanidade coletiva, mas fico mais feliz com meus três ou
quatro amigos verdadeiros, estes sim, de fé, presentes nas horas boas e,
principalmente, nas ruins.
Continuo
recusando esse lado imbecilizado do mundo digital, entretanto reconhecendo
nele, a maior conquista da humanidade no mundo atual, quando usado para os fins
pertinentes.
Não
esquecer que toda tecnologia está em função da obtenção de altos lucros e,
nesse sentido, os mais descolados acumulam grandes fortunas nesse imediatismo
que só um gênio poderia inventar.
Gabriel
Novis Neves
14-07-2015
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