Ser
torcedor do Botafogo de Futebol e Regatas do Rio de Janeiro é uma temeridade
para os portadores de cardiopatias ou maiores de cinquenta anos de idade.
Quando
imaginava ter visto tudo em futebol, inclusive acompanhando o Brasil perder em
seu território duas Copas do Mundo, a primeira com um público jamais alcançável
em jogos de futebol (duzentos mil torcedores) e a segunda pelo inacreditável
placar de 7x1, fui surpreendido por um jogo cuja definição só foi possível após
interminável cobrança de pênaltis - em que os vinte de dois jogadores
participaram para decidir o resultado final da partida em 9x8!
Foram
os minutos mais longos que me recordo já ter vivido.
Mesmo
sabendo que o importante no esporte é competir, um bom resultado é
imprescindível à saúde emocional e física de um torcedor apaixonado.
O
clímax da emoção aconteceu quando o bom goleiro do Fluminense foi obrigado a
cobrar o último pênalti da segunda série, ou prorrogação do seu time.
Treinado
para defender pênaltis, quis as regras do jogo que ele fosse a opção para
marcar o gol da vitória ou o de mais uma prorrogação.
Para
sorte dos botafoguenses, ele ajeitou a bola na marca do pênalti e bateu um
excelente tiro de meta, isolando a bola nas arquibancadas do Estádio Newton
Santos!
A
vez agora era do nosso goleiro, que durante os noventa minutos regulamentares
do jogo não conseguiu defender o pênalti batido pelo nosso adversário, causador
da prorrogação para decisão por pênaltis.
Chutou
a bola rasteira e com pouca força, muito bem colocada nas redes do adversário.
Era o gol que classificava o time da Estrela Solitária para o jogo final do
falido e desmoralizado campeonato carioca de futebol.
Eleito
o herói do jogo memorável, confessou que nunca havia treinado ou batido um
pênalti na sua carreira profissional.
Estava
escrita mais uma dessas histórias que só acontecem ao Fogão.
Gabriel
Novis Neves
20-04-2015
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