Por
indicação de um amigo “descobri” um canal de televisão, o “Arte1”.
Confesso
que após um mês de assídua audiência fiquei viciado com a programação,
extremamente sedutora e bela.
Uma
boa opção de lazer! Durante horas seguidas fico assistindo aos seus
espetáculos, de excelente nível cultural.
Posso
afirmar que na ocasião da “descoberta” do canal, tomei uma overdose de filmes,
documentários e entrevistas com personalidades nacionais e internacionais.
Chamou
a minha atenção que o assunto sempre se referia ao passado de pessoas vivas ou
falecidas recentemente.
A
Globonews exibiu também um filme sobre a vida de Simonal, com noventa minutos
de duração, narrando sua ascensão profissional. Chegou a ser mais popular que
Roberto Carlos e Pelé no início dos anos setenta.
Depois,
a sua queda, ostracismo e morte prematura aos sessenta e dois anos de idade.
Fico
a indagar o motivo de tanta necessidade da exaltação ao passado.
Saudades
da mocidade perdida?
Creio
que a faixa de assinantes que usufruem do encantamento desses canais de
televisão é composta por pessoas mais idosas que, com certeza, ao entrarem no
mundo apresentado pelo visual gratificante de um passado distante, sentem-se
jovens.
A
ilusão da recuperação da época em que os problemas eram mínimos e fáceis de
serem resolvidos ficam evidentes.
Na
velhice os problemas são, geralmente, mais numerosos, e suas soluções mais
penosas de serem equacionadas.
Embora
apreciando essa regressão, os idosos, ainda assim, sofrem com esses shows
biográficos.
É
o momento em que nos certificamos das fragilidades humanas, incompreensões,
linchamentos morais, pré-julgamentos e condenações apressadas, nos dando a
certeza que o homem é realmente um ser inviável.
Nessas
condições, o melhor é voltar ao passado.
Gabriel
Novis Neves
22-03-2015
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