Existe
uma enorme diferença entre ser velho e ser doente. O médico enfrenta esse
problema diariamente nos consultórios ao atender pacientes idosos.
Pessoas
que geralmente passaram do meio-dia da vida, apresentam uma lista de queixas e
sintomas e reclamam das suas doenças.
Na
maioria das vezes o que eles rotulam como patologias são apenas sintomas da
idade avançada.
Esquecimento,
por exemplo. Aquela fuga momentânea da memória que se resolve com o passar de
alguns segundos não é doença, e sim, sinal clássico de velhice.
Artrose
dos joelhos é outra manifestação da velhice, respeitando a genética familiar do
indivíduo.
Por
infelicidade dos velhinhos eles não são assim compreendidos pela maioria dos
nossos médicos, que são jovens especialistas.
Resultado:
deixam o consultório médico com um
catálogo de exames complementares para, posteriormente, confirmar
laboratorialmente que estão em boas condições de saúde, porém velhos.
Guardar
um documento e esquecer onde os colocou é a “patologia” mais característica de
terceira idade.
O
velho não joga nada fora. Guarda tudo, apenas esquece onde colocou,
desencadeando um quadro de intensa ansiedade.
Daí
advém certo grau de descontrole emocional, levando-o ao ídolo dos “milagrosos”
fármacos. Com o aumento da expectativa de vida, não sem motivos, os chamados
psicotrópicos encabeçam a lista dos medicamentos mais consumidos no mundo
terrestre.
“Para
entender um velho, só outro velho”, é uma frase feliz nascida da conversa de
três famosos escritores brasileiros, - Luís Fernando Veríssimo, Zuenir Ventura
e Ziraldo, todos no grupo dos oitenta anos.
O
diabo é que o velhinho não encontra no mercado médicos também velhinhos para se
consultarem.
O
resultado é a “etiqueta” de doente recebida pelos sadios idosos para a sua
faixa etária.
Já
dizia Einstein: é mais fácil quebrar um átomo de carbono do que derrubar um
preconceito.
Gabriel
Novis Neves
20-03-2015
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