Somos
exímios “inventores dos inventados”. Poderia escrever longos artigos hilários
sobre esta especialidade tão brasileira.
Por
pertencer à área da saúde pública, presto a minha homenagem à nossa grande
invenção, que foi a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), o maior e mais
perfeito plano de saúde do mundo, no dizer de um ex-presidente da República.
Sem
a menor cerimônia, nos apropriamos de um modelo inglês de atendimento médico de
abrangência universal e gratuito.
Esquecemos,
porém, de um pequeno detalhe ao implantarmos este tipo de sistema por aqui:
faltou importar os ingleses.
Parece
jocosa a colocação, mas, a realidade, é que somos preconceituosos. A classe
média não aceita ser tratada como pobre, e o SUS original propõe atendimento
médico igual para todos.
O
SUS é visto por nós como um plano de saúde para atender a população carente, e
a classe média tem repulsa em ser tratada como tal, embora viva necessidades na
saúde, educação, emprego, segurança e transporte.
Surgiram
então os tais planos de saúde privados para atender a sempre crescente demanda
desse segmento social.
Na
visão caolha desta decadente sociedade de consumo, o plano de saúde privado é
visto como sinal de status social, como a aquisição de um celular pré-pago.
Certos
planos de saúde vendem malandragem e esperteza, fazendo o iludido usuário mofar
nas longas filas de espera para marcar uma simples consulta ambulatorial,
demonstrando assim ao incauto a pobreza dos seus direitos.
Com
a recessão econômica que acometeu há quatro anos o nosso país, causada pelos
“inimigos internos”, há uma forte migração para o SUS, totalmente
desestruturado.
Consultas
básicas ainda são realizadas gratuitamente em Centros de Saúde e nas
moderníssimas UPAS (Unidades de Pronto Atendimento e Assistencial), sendo este
espaço ocupado, basicamente, por gestantes, crianças e idosos.
Uma
modernização por parte do governo na agenda das consultas nos PSFs e serviços
auxiliares, fará com que grande parte da população perceba o equívoco do
desperdício de dinheiro com um plano de saúde privado e passe a se utilizar do
SUS.
Combateremos
o preconceito contra os pobres e ampliaremos a oportunidade de um bom
atendimento médico para todos.
Vontade
política é o gatilho a ser apertado neste “início de governo de novas
mudanças”.
Gabriel
Novis Neves
08-04-2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.