Em
1957 foi inaugurada em Cuiabá uma ala do futuro hospital psiquiátrico - único
no Estado não dividido, no distrito do Coxipó da Ponte, com o nome de Hospital
Colônia de Alienados.
Houve
parcos recursos federais para o início da obra, ficando o custeio e a gestão
por conta do pobre Estado de mais de um milhão de quilômetros quadrados.
Em
1966 o hospital era um imenso depósito de doentes mentais, muitos acorrentados,
isolados em celas fortes, vivendo como todos os demais internos em condições
sub-humanas.
Faltava
tudo para o funcionamento do manicômio: equipe especializada de saúde, medicamentos,
leitos, alimentação e segurança.
A
promiscuidade entre homens, mulheres e crianças, maltratava a sensibilidade dos
médicos, especialmente os mais jovens, e afastava a sociedade daquele hospital
mal assombrado pelo terror.
Com
o apoio decisivo e incondicional do jovem governador da época, Pedro
Pedrossian, e do seu Secretário de Saúde Clóvis Pitaluga de Moura, recursos e
autonomia foram ofertados para a recuperação da chamada vergonha
mato-grosensse.
Naquela
ocasião Pedrossian sancionou uma lei estadual dando o nome de Hospital Adauto
Botelho à casa desumanizada.
O
velho depósito de pacientes irá fechar por força de lei federal e seus
infelizes pacientes jogados nas ruas, já que os Centros de Atenção Psicossocial
(CAPS) não funcionam na prática.
Falar
que esses pacientes irão para hospitais da rede pública é uma falácia, pois não
há hospital público para atender a demanda atual, e novos estabelecimentos
ainda estão nas pranchetas de municípios sem recursos.
A
própria coordenadora de saúde mental do município, reconhece que “não foi feito
nenhum planejamento na época do fechamento do Pronto Atendimento do Adauto
junto ao Estado para lidar com a questão”.
Hoje
a gestão é do falido município, mas, o Estado e o governo federal têm
responsabilidades no funcionamento desse importante setor especializado, tão
carente de equipe multidisciplinar para suas atividades.
A
situação do doente mental em nosso estado é gravíssima!
Seria
possível o surgimento de um contemporâneo Pinel por estas bandas?
Gabriel
Novis Neves
09-04-2015
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