domingo, 14 de agosto de 2022

OS PITORESCOS XXXVIII


Bem antigamente, ladrão ficava preso na cadeia. Às vezes era degolado, linchado em praça pública, ou tinha as mãos decepadas. Hoje, é preso em cadeias especiais, namora, recebe visita diária de advogados e artistas idosos, esperando ser libertado pelos ministros do STF. Solto, não pode sair às ruas para não ser hostilizado, nas pesquisas aparece como “salvador da pátria”, e ladrão virou slogan de campanha política.


Na Cuiabá antiga, o ladrão era punido com a sua eliminação da sociedade. Hoje, está incluso nas camadas mais altas da sociedade e a pena sofrida é no máximo o uso de tornozeleiras, por pouco tempo.


Bem antigamente, o ladrão perdia os seus bens. Hoje, quando perde a justiça determina o seu retorno.


Na Cuiabá antiga, o ladrão quando não era preso, vivia escondido. Hoje, é encontrado entre gente importante e rica, como do agronegócio.


Bem antigamente, só existia um tipo de criminoso que era o que infringia as leis do país. Hoje, existem tantos tipos de criminosos, como os amantes das “rachadinhas”, que são pertencentes às quadrilhas organizadas.


Na Cuiabá antiga, não existia o crime organizado. Hoje, muitos dessa organização são de traficantes do pó branco, para o resto do mundo.


Bem antigamente, os deuses usavam alucinógenos e isso não era crime, não havendo punições. Hoje, os comerciantes dessas drogas são punidos, sendo “oficialmente obrigados” a compartilharem seus lucros, pois, o movimento continua.


Na Cuiabá antiga, existiam muitos índios por aqui e eles mascavam folhas contra a dor, cansaço, insônia e nos rituais religiosos. Hoje, essas folhas são proibidas e não existem mais índios aqui.


Bem antigamente, as drogas proibidas eram transportadas por camelos. Hoje, por modernos jatinhos.


Na Cuiabá antiga, existia o tráfico de droga que era transportada por cavalos. Hoje, a Polícia chama de “avião” a esses profissionais.


Bem antigamente, o pai da psicanálise em época de crise pessoal, consumia a cocaína diluída em água. Ele não cheirava. Indicava para seus clientes hipocondríacos (mania de doença), com neurastenia, histeria, melancolia, e prostração nervosa. Hoje, isso é proibido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Polícia Federal.


Na Cuiabá antiga, a cocaína era utilizada para preparar medicamentos, pelos velhos farmacêuticos que não existem mais. Hoje, nas altas rodas sociais.


Bem antigamente, existiam as drogas consideradas pesadas como a heroína. Hoje, elas são sintéticas como o LSD e o Ecstasy, consideradas ilegais, porém, muito usadas por aqueles que têm dinheiro.


Na Cuiabá antiga, fumava-se maconha escondido. Hoje, a classe com menor poder econômico usa um genérico da cocaína, que é a pedra do crack.


Bem antigamente, algumas personalidades famosas de Hollywood, atuaram sob o efeito de drogas como Carrie Fischer, Nicolas Cage e Jada Smith. Outros assumiram publicamente, como Morgan Freeman, Jennifer Aniston e Brad Pit. Hoje, continuam consumindo.


Na Cuiabá antiga, consumia-se estimulantes do Sistema Nervoso Central, para tirar o sono e varar a madrugada acesso, estudando para o vestibular.


Bem antigamente, ouvir música clássica dos grandes mestres, fazia bem à alma. O violino era o instrumento que mais fácil atingia nosso coração, moradia da alma. Hoje, a Orquestra Sinfônica foi substituída por uma comum, com poucos músicos e instrumentos.


Na Cuiabá antiga, existiam as bandas, que tocavam na retreta do Jardim, a banda do mestre Ignácio do Baú e a do Jacildo. Também os Grupos como o do Tote Garcia, a Turma do Morro, com os filhos do professor André Avelino, que possuía uma escola no Morro. Hoje, a Orquestra Sinfônica da Universidade, composta de professores e alunos.


Bem antigamente ouvir Orquestra Sinfônica era Programa da família. Hoje, só para os velhos pelo canal especializado da televisão que é pago.


Na Cuiabá antiga, dona Zulmira Canavarros tocava ao piano música clássica, e sua filha soprano Maria cantava em eventos especiais. O público em silêncio admirava a arte das duas. Hoje, um violão com um fio de voz tenta nos levar ao prazer musical.


Gabriel Novis Neves

17-07-2022




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