Este mês ganhei quatro livros, todos escritos por médicos.
Sergio Novis escreveu “SINAPSES AFETIVAS”, que é a sua biografia.
Fiquei sabendo mais do que sabia, sobre os Novis de Salvador, e tenho passagens inesquecíveis com o Aloysio Novis (pai do Sérgio), durante o período em que morei no Rio (1953-1964).
Cheguei para estudar medicina aos 17 anos e fui morar em pensão, alugando vaga no quarto.
O dinheiro contadinho não suportava certas extravagâncias, como pagar uma consulta médica.
Nessa ocasião era maltratado por amigdalite aguda de repetição.
Aconselhado pelo meu tio médico Oswaldo Novis fui procurar meu primo otorrino Aloysio Novis, que veio de Salvador para se especializar em otorrino, e acabou ficando por aqui.
Fui ao seu consultório no centro do Rio onde, além do bom atendimento, não pagaria nada.
Após o exame disse que o meu caso seria cirúrgico, e eu respondi que não teria dinheiro para as despesas.
Revelou-me que era Diretor do Hospital da Cruz Vermelha, e Chefe do Serviço de Otorrino.
Bastava eu me preparar para internar fora do processo agudo, que ele me operaria de manhã e à tardinha teria alta.
Passada a crise aguda, sem lhe avisar me internei.
Quando chegou ao Hospital, informado da ocorrência, foi até onde me encontrava e me reprendeu dizendo não ser essa a conduta nem para as cirurgias de baixo risco, e me mandou voltar outro dia com uma pequena lista para exames de sangue, imprescindíveis ao pré-operatório.
Meu avô Dr. Alberto Novis, foi o primeiro otorrino de Mato-Grosso.
Ele operava em seu consultório e eu o auxiliava.
Nunca pediu exames pré-operatórios e o sucesso dos procedimentos era enorme!
Quando o meu avô perdeu a audição, fez um curso de especialização em otorrino no Rio, e foi o primeiro médico a cuidar dos surdos em Cuiabá.
Nunca mais procurei o meu otorrino Aloysio, e vivo (87 anos) com as minhas amígdalas originais.
Outra ocasião estava na avenida Graça Aranha quando me encontrei com o Aloysio.
Ele vem de braços abertos ao meu encontro para me dar a nova notícia.
A Academia Brasileira de Medicina recepcionou o Ministro da Educação do Brasil, o acreano de Xapuri, criado em Belém do Pará, Jarbas Gonçalves Passarinho.
Quando chegou a sua vez de ser apresentado, ele mencionou o seu nome.
O ministro amazônico perguntou-lhe se era parente do Gabriel Novis de Cuiabá?
Veja só ministro, os Novis importantes eram de Salvador, mas agora o eixo do poder é dos Novis de Cuiabá, ele respondeu.
Fui Secretário de Educação e posteriormente incumbido pelo Passarinho para implantar uma universidade federal, na zona de transição do pantanal, cerrado e mata alta.
Meu último encontro foi em seu consultório, quando acompanhei o avô da minha mulher, Embaixador Coelho Lisboa, a uma consulta de rotina.
Conheci o seu filho Sérgio Novis, quando eu já era médico e ele calouro na Equipe Cata Preta.
As distâncias nos separaram, e agora nosso reencontro foi pela literatura.
Mantenho um blog há treze anos, onde publico diariamente uma crônica sobre o cotidiano.
Escrevi recentemente sobre os médicos Novis de Cuiabá, já na sua sexta geração, prestes a entrar na sétima.
Pedi auxílio ao meu colega de turma Milton Meier e, a partir de 18 de julho, voltamos a nos falar novamente, pois precisava escrever sobre os médicos Novis de Salvador.
Ele me presenteou com o seu livro “SINAPSES AFETIVAS”, cuja leitura já terminei, estando no aguardo do novo, ainda no seu privilegiado cérebro.
Gabriel Novis Neves
25-07-2022
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