sexta-feira, 5 de agosto de 2022

MEDICINA DE HOJE


Conversando com a minha enfermeira, disse a ela que a minha bisneta de cinco anos, com adenoide bastante crescida dificultando a passagem do ar respirado, causa de frequentes infecções nasofaringes, havia sido internada às sete horas, operada às oito, e às dez, já estava no quarto com os seus pais.


A alta hospitalar está prevista para a parte da tarde.


O sucesso dos procedimentos médicos, depende muito da educação das crianças.


Meus bisnetos estão sendo educados sabendo de tudo, principalmente da sua saúde.


Tudo é explicado pelos seus pais de uma maneira simples nos seus mínimos detalhes.


Com quatro e cinco anos sabem como se protegerem do Covid, com uso de máscaras, que fazem questão de usá-las, mesmo quando desnecessárias.


Também da limpeza das mãos em álcool em gel.


Sabem, inclusive fazer coletas do material das narinas e garganta com cotonetes do laboratório para o teste.


Antes de viajar para São Paulo, minha bisneta me explicou que não iria passear, e sim, retirar uma “carninha” que tinha crescido dentro do nariz.


A pior coisa seria mentir para a criança e interná-la em hospital.


O pavor estava instalado e a criança se sentida traída.


Tudo ficaria mais difícil, dificultando a sua recuperação, mesmo com a presença dos pais.


Começaram a frequentar o consultório de odonto-pediatria, que é decorado para receber crianças, logo que iniciaram a aparecer os primeiros dentes de leite.


Fazem a prevenção da cárie dentária, que é causada por uma bactéria, quatro vezes ao ano, e vão por prazer.


Não têm medo do dentista e nunca choram, sendo uma farra quando lá comparecem.


Tão diferente dos meus tempos de criança, onde as ruas com consultórios dentários eram caracterizadas por gritos de dor, pavor e irritante barulho das maquinas de obturações dentárias.


Continuo acreditando que o melhor programa de saúde é a educação.


Investir na educação dos pais, na pré-escola e ensino fundamental é o sonho de todos os médicos.


Só depois, cuidar da nossa saúde pública.


Será que esse sonho poderá ser realizado em um país tão cheio de desigualdades sociais?


Perde-se tanto dinheiro em corrupção, marajás, programas politiqueiros, diárias, viagens desnecessárias, emendas parlamentares para abrandar o apetite dos parlamentares, com poderes como a justiça, e esquecem propositalmente daquilo que é importante, como a educação.


Como dizia o meu pai: isso sempre foi assim.


Eu, aos 87 anos, continuo concordando com o meu pai.


Gabriel Novis Neves

20-07-2022




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