Conheci Milton Ary Meier quando ainda estava no 1º ano de medicina.
Demonstrava, com o nosso colega José Aldrovando de Oliveira, um dos três colegas classificados em 1º lugar no vestibular de 1955, para a Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, toda a sua paixão pelo estudo da anatomia.
Depois, tornaram-se dois grandes amigos para sempre e cirurgiões cardíacos.
O Milton fez uma carreira hibrida, e teve contato com grandes cirurgiões cardíacos nos Estados Unidos, onde viveu por muitos anos e Europa.
Desenvolveu técnicas cirúrgicas sendo reconhecido no mundo todo, admirado e respeitado.
No Brasil teve Aldrovando, seu colega de turma como mentor, e trabalhou com ídolos como Jatene e Zerbini.
Escreveu “GRANDES CIRURGIÕES QUE CONHECI”, que é um livro autobiográfico profissional.
Pela fácil leitura que nos apresenta, viajei no tempo e passei a admirar mais, alguns que tive o privilégio de conhecer como Adib Jatene, Zerbini, Domingos Junqueira de Moraes, carinhosamente tratado pelos seus discípulos como Dominguinhos.
Milton Meier fez todo seu aprendizado médico, no Hospital Adventista Silvestre, perto ao Corcovado, onde Dominguinhos fazia cirurgias cardíacas.
Foi também médico Residente da Clínica São Miguel do professor Fernando Paulinho.
Descobriu o ídolo Adib Jatene quando, por acaso em um Congresso em Petrópolis, ofereceu carona no seu Fusca até ao aeroporto para seu retorno à São Paulo.
Adib veio contando a sua história de vida, deixando o Milton nocauteado emocionalmente, nascendo uma grande parceria e sólida amizade.
O Milton aceitou ficar uma temporada em São Paulo, trabalhando com o mestre, e fizeram parcerias em Congressos Nacionais e Internacionais.
Também estreitou laços de amizade com o professor Zerbini.
A humildade do professor Zerbini e a sua imensa capacidade de sempre perguntar sobre o que não sabia, não tinha limites.
Relata o Milton, quando em sua companhia, participava de um Congresso no Exterior, que notou que o seu colega havia separado na livraria, um livro de poesia de uma mulher.
Nunca ouvira falar na poeta, e crivou o Milton de perguntas sobre a intelectual, e comprou o seu livro também.
Fez enorme sucesso em cirurgia cardíaca pediátrica e neonatológica.
A partir de 1975 acompanhou o Dr. Waldir Jazbik na organização e chefia do serviço de cirurgia cardíaca do Hospital Pedro Ernesto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Nos 32 anos de UERJ galgou todos os degraus da carreira universitária, professor assistente, docente livre, professor adjunto e chefe do serviço, substituindo o Dr. Jazbik quando se aposentou.
Foi o primeiro brasileiro a ter um trabalho aceito pela American Association for Thoracic Surgery (AATS).
Nesta deliciosa narrativa fica exposto todo seu compromisso pela cirurgia cardíaca, onde foi um dos seus ícones - termina na página 252 do seu livro: “GRANDES CIRURGIÕES QUE CONHECI”.
Gabriel Novis Neves
07-08-2022
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