Numa
época em que filiação partidária e valores éticos são tão desprezados, dá para
entender a razão da grande comoção causada pelo desaparecimento trágico de um
político que sempre se mostrou fiel aos seus ideais.
Claro,
estamos falando da liderança do jovem Eduardo Campos, ceifado prematuramente da
vida política brasileira.
Mesmo
oriundo de uma tradicional oligarquia nordestina, acenava com um futuro
promissor, principalmente pelas suas características de fidelidade aos compromissos
partidários e com a causa pública.
Foi
despontando no país como uma liderança logo reconhecida e aceita por todos.
Socialista
convicto, ele sabia das suas limitações no momento atual em que a política é
disputada por raposas ágeis e descompromissadas com o bem público - sempre
muito mais interessadas nos seus ganhos pessoais e em enriquecimento rápido.
Eduardo,
ao contrário, foi se projetando lentamente desde os tempos de faculdade e, posteriormente, como o deputado mais
votado do estado de Pernambuco. Depois foi governador por dois mandatos
seguidos, com excelente avaliação, além de ter sido Ministro da Ciência e
Tecnologia do governo Lula.
Com
esse currículo era, com certeza, a grande liderança do nordeste brasileiro e,
automaticamente, candidato à Presidência
da República do Brasil em 2014.
Aliás,
nesse item da credibilidade, o Brasil tem tido pouca sorte, afastando
prematuramente figuras de relevância política comprovada, tais como: o
ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, o eterno defensor da legalidade
democrática, Ulisses Guimarães, o brilhante educador Darci Ribeiro e, agora, o
jovem e talentoso Eduardo Campos.
A
comoção geral provocada por essa última perda é a prova do quanto as pessoas
anseiam por nomes confiáveis nesse clima de abandono e de desinteresse em que
todos nós fomos colocados.
Será
pedir muito uma maior dignidade das pessoas
que elegemos como nossos legítimos representantes?
Esse
cinismo reinante na chamada politicagem não é mais suportado por nenhum eleitor
razoavelmente educado e livre.
O
que explica, termos uma natureza tão rica e generosa, e permanecermos
eternamente nesse clima de terceiro mundo?
Mortes
acidentais, e outras nem tanto, provam que esse povo tão massacrado ainda tem a
capacidade de se comover diante das perdas de lideranças autênticas
compromissadas com os valores éticos e morais.
Num
país com um nível educacional bom, as escolhas de candidatos deveriam obedecer
a padrões patrióticos verdadeiros, e não, na colocação no poder de pessoas com
comportamentos espúrios e que geralmente
transmitem aos seus sucessores essa mesma conduta.
Que
tragédias como essa ao menos nos sirvam
para um despertar desse imenso marasmo
em que a política brasileira nos colocou.
Mais
do que nunca estamos num momento de reflexão da necessidade do voto consciente.
A vida de todos nós depende disso.
É
hora de varrer através do voto todos os “ficha suja” desse país, todos tão bem
conhecidos e catalogados. Para isso contamos com o auxílio da era digital.
Pesquisemos
antes de entregar a nossa confiança. O
nosso voto pode mudar o Brasil, é preciso acreditar nisso.
Que
políticos da grandeza de um Eduardo Campos nos ajudem nessa tarefa!
Gabriel
Novis Neves
15-08-2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.