O
que seria da vida se não fosse a ilusão?
É
ela que nos faz pensar, entre outras coisas, que poderemos ficar ricos sem
trabalhar ou ocupar um cargo público comissionado – o que, na maioria das
vezes, quer dizer a mesma coisa.
Há
anos o governo forneceu um ópio duas vezes por semana aos sonhadores de uma
vida melhor. Estou me referindo à Mega-Sena. Milhões de brasileiros esperam os
sorteios das quartas-feiras e sábados sonhando em ver seu nome na Revista
Forbes.
Agora,
uma nova ilusão nos aguarda. O legado da Copa do Mundo. Alguns acreditavam que
se o Brasil conquistasse o hexa, tudo voltaria a ser um mar de euforia - se é
que um dia foi. A Dilma seria reeleita,
a inflação despencaria aos níveis do Plano Real, a taxa de juros iria diminuir,
as exportações aumentariam e as importações diminuiriam, a oferta de empregos
aumentaria, a nossa educação seria transformada em uma das melhores do mundo e
a nossa Saúde Pública sairia do buraco em que se encontra. Haveria paz entre
patrões e trabalhadores e as greves por melhores condições de trabalho e
salários desapareceriam. Investiríamos menos na segurança - em um país onde se
mata mais que em países em guerra. Nosso sistema viário seria de primeiro mundo
e as cercas dos edifícios das metrópoles brasileiras seriam demolidas por
absoluta falta de necessidade.
Todos
nossos históricos problemas sociais seriam equacionados pela euforia da
conquista do campeonato. Nossos craques
campeões ficariam todos no Brasil jogando em nossos clubes. Não exportaríamos
mais jovens craques para clubes do primeiro mundo a preço de banana.
O
futuro do Brasil, dessa forma, dependeria apenas do resultado da Copa. Seria isso verdadeiro ou apenas mais uma
ilusão de um desejo utópico?
Em
1970 os intelectuais brasileiros da esquerda festiva recomendavam torcer contra
o Brasil no México para não fortalecer o Regime Militar implantado no Brasil.
Pelé, Tostão, Rivelino, Gerson e tantos outros atletas eram vistos como
torturadores e mereciam ser vaiados e derrotados. Bastou o Furacão da Copa (Jairzinho) dar uma
arrancada e marcar o primeiro gol do Brasil para desaparecer essa ilusão de
derrubar a ditadura com a derrota do Brasil. Fomos tricampeões e ganhamos a
Copa. A vida do brasileiro melhorou?
Agora
o fenômeno se repete. Não conquistamos a Taça, fomos humilhados por alemães e
holandeses e, nem por isso, nossa vida irá sofrer grandes mudanças. Essas
ocorrem, principalmente, quando o país mostra sinais de prosperidade econômica.
É o caso da Alemanha atual.
Temos
de trabalhar, e muito! Escolher bem nossos futuros governantes, pessoas que
coloquem como prioridade dos seus governos a educação. Precisamos educar nossas crianças e ganhar o
campeonato do desenvolvimento. Só então
poderemos bater no peito é gritar - Campeão!
Gabriel
Novis Neves
14-07-2014
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