Os
jornais e mídias sociais de Cuiabá estão dedicando grandes espaços ao tema
traição política vivida pelo nosso senador candidato à reeleição no próximo
pleito de outubro.
A
essência da política sempre foi a traição. Em tempos não muito distantes esse
tipo de compartimento terminava em crime.
Quantos
políticos de nível internacional, nacional, estadual e municipal perderam as
suas vidas vitimados pela traição!
Sei
quanto é insano uma traição no jogo sujo da política, onde não existe ética.
Os
defensores dessa virtude logo são eliminados com o carimbo “não tem jogo de
cintura para política”, no dizer dos velhos coronéis proprietários do eleitorado.
Importante
lembrar as traições mais recentes da nossa história. Em 1950, o PSD tinha um
candidato mineiro à Presidência da República, o Cristiano Machado.
A
UDN, o Brigadeiro Eduardo Gomes e o PTB o velho caudilho Getúlio Vargas.
O
PSD mandou os seus currais eleitorais despejar seus votos no gaúcho Vargas, que
ganhou as eleições, e o dicionário da língua portuguesa ganhou o verbo
“cristianizado”, que significava trair.
Até
hoje, quando um candidato é traído pelo seu partido, fala-se que ele foi
“cristianizado”.
Em
1960, a UDN traiu o seu Presidente Nacional na convenção do partido, indicando
para o seu lugar o governador de São Paulo, que era do PTN e, para vice, o
professor e estadista mineiro Milton Campos, da UDN.
O
PSD, partido tradicional na arte de trair, escolheu como candidato à Presidência
da República o General Lott, e como vice o Jango Goulart do PTB.
Pois
bem, o intelectual mineiro foi barbaramente traído pelo seu companheiro de
chapa quando, abertamente, formou comitês por todo o Brasil pedindo votos para
a dupla Jan-Jan (Jânio e Jango).
Foram
vencedores do pleito Jânio Quadros e João Goulart.
Na
política do nosso Estado situações como essas eram resolvidas à bala, e muitos
perderam a vida.
Na
arrancada do período eleitoral deste ano o atual senador em exercício foi
escolhido numa ampla frente de partidos que apoiam o candidato da oposição.
Embora
colocado em primeiro lugar na pesquisa de votos, não suportou a traição dos
seus companheiros e logo nas primeiras semanas viu que seria “cristianizado” e
renunciou à sua candidatura.
Este
fato poderá ser decisivo na eleição do futuro governador.
O
povo suporta a traição, mas, não perdoa o traidor.
Segundo
os prognósticos de cientistas políticos esta eleição será uma das mais ricas em
baixarias e traições.
Sendo
assim, o resultado final fica imprevisível.
Quem
viver verá.
Gabriel
Novis Neves
27-07-2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.