segunda-feira, 25 de agosto de 2014

LOTERIA

Quando entro em um cassino sei que aquelas centenas de máquinas existentes foram construídas por um gênio com o objetivo de sempre ganhar daqueles que sentem um prazer inigualável no jogo, ganhando ou perdendo.
Ficamos conhecendo os ganhadores, pois há uma festa motivadora no ambiente para ninguém desistir e continuar jogando e perdendo.
Na loteria esportiva - e seus similares com números e jogos inventados pelo Governo brasileiro - é comum a acumulação dos prêmios quando ninguém acerta os números colocados na cartela.
O próximo prêmio, que corre duas vezes por semana, aumenta seu valor e, consequentemente, o número de apostadores.
Sai o vencedor, geralmente de cidades desconhecidas, e nunca são identificados.
No início do fabuloso projeto do Governo para arrancar mais dinheiro dos brasileiros, e para dar credibilidade ao jogo, o noticiário “Fantástico” da Rede Globo procurava o ganhador de grandes prêmios para entrevistá-lo.
Depois que a população ficou dependente do jogo nunca mais alguém foi identificado.
Citam o Estado onde o ‘provável’ sortudo fez o jogo, o número de acertadores e só.
Também ninguém está mais interessado na lisura do jogo.
A verdade é que criamos um bando de viciados no preenchimento das cartelinhas duas vezes por semana.
Denúncias estão dormindo nos arquivos do Congresso Nacional sobre a lisura dos sorteios desses jogos oficiais.
Suspeitas existem, até com algumas provas, mas a essa altura a dependência pelo jogo é maior que o zelo pela ética do produto do Governo.
Quem não faz a sua ‘fezinha’ no sonho de uma vida futura fácil? E quando esquecem, torcem para que não haja vencedores.
O jogo é uma das drogas mais violentas no sentido da dependência física e seu tratamento é de difícil resolução.
Como diz a sabedoria popular: a esperança é o último dos sentimentos que deixamos – morremos com ela.
Todos nós queremos um dia acertar sozinhos a super Mega Sena, inclusive eu.

Gabriel Novis Neves
19-08-2014

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