É necessário que as redações dos jornais, revistas e sites adquiram com urgência um aparelhinho muito simples para evitar que passemos constrangimentos – o desconfiômetro ou de uma bela dose de Simancol.
Todos
conhecem as condições históricas, culturais e econômicas da Rússia e as de
Cuiabá.
A
publicação nas mídias de que uma delegação russa veio à ex-Cidade Verde para
aprender com as nossas autoridades como realizar uma Copa do Mundo, ultrapassa
todas as barreiras da nossa sensibilidade.
Em
1980 eles sediaram os “Jogos Olímpicos”, até hoje inesquecíveis no planeta
Terra.
Vir
à nossa capital de quase trezentos anos para aprender como se constrói um campo
de futebol para quarenta mil pessoas, é demais.
Só
na cidade de Moscou serão abrigadas duas subsedes da Copa-2018, com dois
excelentes e modernos estádios de futebol, as chamadas Arenas da FIFA.
Concordo
em melhorar a autoestima de um povo que tinha como troféu internacional a
conquista de cinco títulos mundiais no futebol, mas não desse jeito. Assim é
nos colocar em uma situação desconfortável.
No
mínimo, demonstra que somos alienados com relação ao próximo país sede da Copa
em 2018.
Ganhamos
a última Copa em 2002 e, de lá para cá, vivemos como aqueles que acreditam
naquele velho ditado: “quem tem fama deita na cama”.
Perdemos
a terceira Copa consecutiva por vaidade e preguiça em não acompanhar a evolução
técnica e tática do nosso principal esporte.
Nada
fizemos no sentido de estudar e implantar tecnologias também na gestão do
futebol.
Tínhamos
como certeza conquistar o troféu de ouro da “gente branca” da FIFA.
Ficamos
anestesiados durante anos a fio por glórias passadas, e o resultado foi o
pesadelo da quarta colocação (injusta) - premiada por duas históricas e
consecutivas goleadas, difíceis de serem metabolizadas.
Isso
aconteceu no futebol.
Na
educação, saúde, inovações tecnológicas, estamos há um bom tempo no grupo das
nações mais atrasadas.
Temos
muito orgulho do nosso povo, pois, mesmo mal governado há décadas, trabalha e
produz alimentos para o mundo. Devemos incentivar as novas gerações a enfrentar
esse mundo cada vez mais competitivo.
Delírio
de grandeza neste momento é gravíssimo sinal de doença.
Precisamos
de novas lideranças e mudanças para um dia podermos ensinar, pelo menos, a
Rússia a construir uma Arena sustentável.
Gabriel
Novis Neves
15-07-2014
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