sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Anão diplomático


O porta-voz da Embaixada de Israel, diante da retirada do nosso Embaixador do seu território para prestar esclarecimentos à Brasília sobre o conflito na Faixa de Gaza, ficou muito irritado. Este ato é considerado como grave no mundo diplomático.
Entrevistado  por jornalistas internacionais ele disparou uma frase de grande efeito pirotécnico, que, com certeza, ficará gravada na relação entre os dois países parceiros, Brasil e Israel. 
Disse o embaixador: “O Brasil é um país econômica e culturalmente desenvolvido, porém, um anão em diplomacia”. 
Dito em período eleitoral servirá de armamento pesado contra a candidata da reeleição. 
Após a defesa diplomática feita em Brasília pelo nosso Ministro das Relações Exteriores, que condenou a desproporção de forças no conflito entre judeus, muito mais poderosa que os palestinos, a emenda ficou pior que o soneto. 
O diplomata israelense imediatamente deu o troco dizendo que “guerra não é igual a futebol”. Se um jogo termina empatado é porque houve equilíbrio de forças sem vítimas, apenas com um time vitorioso.
Citou como exemplo a nossa derrota de 7 x 1 para a Alemanha na última Copa do Mundo, onde ficou claramente demonstrada a desproporção de forças entre germânicos e brasileiros.
Nada mais ofensivo para a pátria das chuteiras nos pés. A notícia logo percorreu o mundo, mais pela repercussão do bate-boca diplomático que pela gafe cometida pelo Itamarati retirando o seu Embaixador de terras judaicas. 
O Brasil nos últimos anos tem se metido, desnecessariamente, em tantas enroscadas diplomáticas, que se torna difícil de ser entendido, especialmente por suas ambivalências.
Ora apoia guerras e ditadores sanguinolentos, ora levanta a inócua bandeira da condenação de forças desiguais em uma guerra, mesmo não tendo direito à voz e voto no Conselho da ONU (Organização das Nações Unidas).
Quando o mundo todo condena Israel pelos ataques à Faixa de Gaza com material bélico de tecnologia não ao alcance dos palestinos, surge o Brasil e retira o seu Embaixador, em uma demonstração de desconforto frente a desigualdade de forças entre os dois adversários.
Os palestinos perderam mais vidas humanas, principalmente as de civis, crianças e mulheres.
Os judeus perderam o respeito do mundo, com esses massacres sem limites sobre os frágeis palestinos.
O Brasil mais uma vez ficou mal na foto dos países civilizados com as suas inúteis e inoportunas bravuras.

Gabriel Novis Neves
25-07-2014

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