Foi
comovente o esforço da nossa mídia, diante do vexame sofrido no futebol durante
as partidas da Copa do Mundo no Brasil, em exaltar a nossa hospitalidade e,
especialmente, a nossa educação.
Será
que o povo brasileiro é educado formal e informalmente?
No
dia a dia ficamos decepcionados com a “gentileza educacional” da nossa gente.
Somos
pessimamente tratados nas coisas mais simples da vida.
Uma
simples comunicação telefônica, que evitaria sérios transtornos, muitas vezes é
praticamente impossível de ser conseguida.
Ela
está presente em todos os níveis sociais. Acredito que quando resolvermos esses
problemas básicos educacionais, poderemos sonhar com a conquista do primeiro
Prêmio Nobel, com melhores condições de vida para a nossa gente, e até participar
tranquilamente de uma final da Copa do Mundo sem esse ufanismo exagerado.
Vivemos
em um território onde a lei que impera é a falta de educação em todos os
níveis, especialmente na política.
Escolhemos
mal os nossos representantes e sofremos com as consequências. Decorrem daí os
nossos problemas sociais, filhos da falta de educação.
Mas
a mídia, pelo menos neste puerpério de parto prematuro que foi a eliminação do
Brasil da Copa das Copas, onde perdeu o hexacampeonato, único título que nos
servia, foi decisiva, enaltecendo esse evento que privilegiava basicamente os
mais abastados.
Ao
povão foram entregues as ruas, em propaganda oficial amplamente divulgada por
todos os meios de comunicação.
Em
compensação, somos bombardeados, inclusive, amparados em pesquisas (!), com o
título de povo hospitaleiro e educado.
Tenho
cá as minhas dúvidas, pois dirigir palavras de baixo calão a uma autoridade
preestabelecida – mesmo que a elas faça jus - parece uma atitude bem mal
educada.
Houve
uma pequena confusão semântica entre educação e simpatia, sendo que, nessa
última, somos campeões em qualquer disputa.
Educação
é um processo que se inicia em casa e termina na faculdade.
Todos
os degraus para a sua conquista deverão ser galgados por méritos, desenvolvidos
em ambiente favorável.
Só
assim poderemos um dia chamar a nossa população de, pelo menos, educada.
Gabriel
Novis Neves
11-07-2014
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