Estamos
voltando aos tempos da Idade Média, onde a barbárie predominava.
Em
pleno século XXI presenciamos a perversidade do linchamento de uma mulher
inocente em plena praça pública.
No
caso em questão, uma pacata dona de casa
moradora de Guarujá, São Paulo, foi confundida com uma sequestradora de
criança, graças à influência das redes sociais – que dia a dia se proliferam
mais.
Sabe-se
que o ser humano aumenta em muito o seu grau de violência quando no coletivo. Sozinhos, somos bem mais
civilizados e temerários às leis.
Entretanto,
o grande fator que impulsiona esses fatos é, com certeza, a fraqueza do Estado
constituído, aliada à certeza da impunidade.
O
Estado de Direito vem se mostrando cada vez mais frágil e mais omisso, e os
poderes que o representam cada vez mais desacreditados pela população.
Aí
estariam incluídos, não só o poder executivo, mas também o legislativo, o
judiciário e o policial.
A
violência tem crescido assustadoramente
na medida em que o cidadão, já descrente desses poderes resolve fazer justiça com as próprias
mãos.
É
o que temos observado de uns tempos para cá em países pouco belicosos, como é o
caso do nosso.
Pessoas
desamparadas em todos os níveis -
social, sanitário, educacional e de segurança mínima - vão se tornando
revoltadas, agressivas e, portanto, aptas a serem incorporadas a movimentos de
massa pouco civilizados.
Apesar
de termos conquistado algumas melhorias no tocante à distribuição de renda,
ainda possuímos distorções gigantescas nesse sentido para a população como um
todo.
Com
o advento da internet todas essas distorções são cuspidas diariamente para o
homem comum, tornando-o presa fácil para manifestar a sua inconformidade de
maneira violenta.
Enquanto
isso, nenhuma atitude corretiva visando beneficiar a coletividade é tomada
pelas autoridades dominantes.
Os
mais privilegiados conseguem um nível de vida bem acima da média, que é
obrigada a conviver com todo tipo de dificuldade, desde o descaso com o sistema
hospitalar até a dificuldade de locomoção diária devido a este sistema cruel de
transporte coletivo.
Veja-se,
por exemplo, a nossa Constituição datada de 1988 que, arcaica, continua validando
itens que sequer têm merecido qualquer tipo de discussão.
De
lá para cá, nenhum governante brasileiro teve a coragem de questionar, entre
outros itens, a segurança social.
Claro,
isso não gera votos, ou pelo menos não gerava. A presença de uma polícia civil
e outra militar é outro ponto polêmico.
Quando
acontecem fatos horripilantes como esse linchamento público, é preciso que
paremos para pensar nas causas que estão
levando as pessoas a cometerem esta selvageria. Sem uma avaliação honesta e profunda
dos nossos governantes, fatos dessa gravidade estarão se repetindo e, quem
sabe, nos trazendo de volta à barbárie dos séculos passados.
Civilidade
é conquistada no dia a dia e cabe ao Estado exercer o seu poder coibitivo
dentro das normas democráticas.
O
ser humano, violento por natureza, pode e deve ser contido. Isso é tarefa de um Estado de Direito - as
leis devem ser respeitadas - e a impunidade
parar de existir. Para Todos.
Países
de primeiro mundo estão aí para mostrar que isso não é uma utopia.
Gabriel
Novis Neves
07-07-2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.