Atualmente
as oitenta e cinco pessoas mais ricas do mundo possuem uma renda equivalente a
de três milhões e novecentas mil seres comuns do planeta (estatísticas
recentes).
Com
certeza algo anda muito errado aqui pela Terra.
Richard
Wilkinson, epidemiologista social britânico, estudou esse fenômeno há alguns
anos e, em 2009, publicou “The Spirit Level”, livro já traduzido para vários
idiomas.
Ele
aborda as inúmeras doenças que vêm aumentando, em número de casos, proporcionalmente
a essa desigualdade social.
Seriam
elas: abuso de drogas, alcoolismo, doenças mentais e, principalmente, o excesso
de agressividade reinante nos dias atuais.
Isso
sem falar na enorme gama das doenças psicossomáticas, frutos dos nossos gritos
internos de uma angústia constante.
Basta
um olhar mais atento e veremos que tem aumentado vertiginosamente no mundo os
casos de patologias cancerígenas e de doenças autoimunes, apesar da alta
tecnologia vigente e dos medicamentos de última geração.
Algumas
dessas drogas são responsáveis pelas doenças medicamentosas em consequência de
seus efeitos colaterais maléficos e que, infelizmente, ainda merecem pouca
atenção.
Entre
1930 e 1980 as desigualdades sociais eram bem menores. Por exemplo: um
executivo de alto escalão ganhava trinta vezes mais que um funcionário comum de
uma empresa. Atualmente essa diferença
passou para até trezentas vezes mais.
Os
sindicatos eram fortes e as políticas trabalhistas estavam em ascensão no
mundo, inclusive no Brasil.
A
partir de 1980, com as políticas neoliberais incentivadas por Reagan nos
Estados Unidos e Thatcher na Grã- Bretanha passou a ocorrer um desinteresse
pelo aumento dessas desigualdades sociais na maior parte do mundo.
Apenas
alguns países da Europa como, por exemplo, os que formam a Escandinávia,
conseguiram neutralizar essas distorções.
É
como se a ínfima parte rica do planeta ficasse totalmente alheia à grande
maioria à beira da miséria absoluta.
Países
comunistas e socialistas sucumbiram a uma burocracia corrupta. A Alemanha
Oriental foi um exemplo disso.
Os
estudos do Dr. Richard têm confirmado as suas teorias pelo mundo afora.
Pessoas
desencantadas pelo desemprego e pela desvalorização do trabalho, quando o
conseguem, são presas fáceis para movimentos de massa violentos, cada vez
maiores.
Enfim,
estamos vivendo momentos para muita reflexão, se é que desejamos para todos um
futuro promissor, condizente com o grande avanço tecnológico em todas as áreas.
Ou
será que optaremos pelo suicídio coletivo?
Gabriel
Novis Neves
20-08-2014
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