domingo, 18 de junho de 2023

ENCONTRO DE GENES


Sou fascinado pela história do encontro dos genes, mesmo não sendo geneticista ou especialista em escrever árvores genealógicas.


Acho incrível as peripécias que fazem para se encontrarem.


Gosto muito de lembrar e escrever a união do Novis com o Neves, dando origem a minha numerosa família Novis Neves!


Irei citar o mínimo de nomes e datas nesta crônica para maior fluidez na leitura.


Meu irmão Pedro Novis escreveu com detalhes sobre a família Novis Neves.


Pedro viajou pela Europa e EUA para pesquisar nas listas telefônicas dos hotéis nos países por onde passou, cemitérios e arquivos públicos, o sobrenome Novis.


Até mesmo nos cemitérios e arquivos públicos, mas nada encontrou.


Em Salvador, na Bahia, soube que no século 19, um migrante judeu-europeu chegou à cidade sozinho e começou a fazer negócios comprando e vendendo mercadorias aos Estados mais próximos.


Casou-se com uma viúva baiana e tiveram três filhos homens.


O mais velho ficou no comércio ajudando o pai, o caçula morreu jovem num passeio ao Rio de Janeiro e o do meio estudou medicina na primeira faculdade de medicina imperial fundada em Salvador, em 1808.


Defendeu tese e fez concurso para cirurgião-mor da Marinha Imperial do Brasil, sendo aprovado com distinção.


Ficou pouco tempo em Salvador e foi transferido para servir na Armada de Cuiabá, devido à Guerra do Paraguai com o Brasil.


As tropas do Solano Lopez tinham invadido as cidades fronteiriças do sul do Estado de Mato Grosso e ameaçavam tomar a importante Cidade de Corumbá, único elo de Cuiabá com o resto do país.


O tenente médico da armada chegou cansado à Cuiabá, após dois meses de viagem de navio – Salvador – Bacia da Prata – Corumbá, e depois em uma pequena embarcação até Cuiabá.


No cais do Porto, Augusto Novis, foi recebido por autoridades civis, militares, eclesiastas e sociedade em geral.


À noite houve uma recepção no palacete de uma pessoa muito importante saudando o Dr. Augusto Novis e comitiva.


A nata da sociedade esteve presente levando suas filhas adolescentes para o jantar festivo, à luz de lampiões, ao som de pianos e violinos.


No imenso salão do casarão jovens dançavam.


O Dr. Augusto Novis por delicadeza, tirou uma mocinha para dançar, e encantou-se perdidamente por ela.


Antes de embarcar para Corumbá com a tropa que iria expulsar os paraguaios, já estava noivo.


No seu regresso se casou com a cuiabana e teve muitos filhos.


O nome dos homens iniciava pela letra A e das mulheres com C.


As mulheres foram educadas para casar, os homens para concluir o curso universitário em Salvador.


Dois se tornaram médicos. Um voltou para Cuiabá, que é o meu avô Dr. Alberto Novis, pai da minha mãe Irene Novis.


O outro ficou em Salvador, meu tio Dr. Aristides Novis, formando os Novis de Cuiabá e da Bahia.


Dr. Augusto Novis, meu bisavô materno, morreu em Cuiabá aos 72 anos.


Como o gene dos Neves chegou à Cuiabá?


O Presidente da Província de Mato-Grosso, Coronel José Maria de Alencastro, pediu ao Comando Militar do Rio de Janeiro um engenheiro militar capaz de realizar uma obra de embelezamento de Cuiabá.


O comandante era Floriano Peixoto, da Arma de Engenharia, que fez o curso em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul.


Fez amizade com um colega de turma chamado Américo Rodrigues de Vasconcellos, natural de Uruguaiana.


Este era casado com Leonarda Fernandez Vasconcellos, natural da província de Corrientes-Argentina, filha do Almirante Herrara Fernandez que era argentino e mãe paraguaia Lenita Fernandez.


Leonarda não havia completado doze anos de idade quando se casou e no ano seguinte veio residir com o marido major no Alto da Boa Vista no Rio de Janeiro.


Estava servindo no Rio de Janeiro no gabinete de Floriano Peixoto.


Eugênia era carioca, filha única do casal, e até a idade de onze anos, viveu no Rio de Janeiro, quando seu pai foi designado para construir o primeiro Jardim Público de Cuiabá e a fábrica de pólvora que ficava no Porto, onde hoje é o Batalhão da Polícia Militar.


Concluídas as obras e jardinagens do jardim, encantado com a sua beleza o Coronel mudou seu nome para Praça Alencastro, que por muitos anos funcionou como centro do poder em Mato Grosso e lazer dos cuiabanos.


A menina Eugênia despertou uma violenta paixão no cuiabano Gabriel de Souza Neves, meu avô paterno, e logo se casaram.


Tiveram dez filhos homens e cinco mulheres.


Com a posse de Floriano Peixoto na Presidência da República, ele convocou o seu colega de turma para o seu gabinete, no Rio de Janeiro.


Partiu e deixou em Cuiabá a sua filha única Eugênia para educar sua enorme prole.


Seu filho Olyntho Neves casou-se com Irene Novis filha de Alberto Novis, dando origem aos Novis Neves.


É fantástica essa viagem de encontro de genes!


Gabriel Novis Neves

12-06-2023








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