Muitos me perguntam se não vou escrever a minha biografia.
Esse trabalho irei deixar para aqueles que julgam importante os anos que participei da vida pública do nosso Estado como “testemunha ocular da história. “
Fui diretor de um hospital público (Adauto Botelho) e um privado (Femina).
Participei da ocupação da nossa Amazônia, da divisão do Estado, da escolha de governadores biônicos, de entrevistas com vários Presidentes da República, recebi inúmeros ministros de Estado quando da implantação da nossa Fundação Universidade Federal de Mato-Grosso por doze anos.
Fui seis vezes Secretário de Estado em três governos e épocas diferentes.
Implantei o primeiro curso de Medicina em Universidade Privada, fui o 1º Presidente da Academia de Medicina de Mato Grosso, e único médico mato-grossense a pertencer a ABRAMES (Academia Brasileira de Médicos Escritores).
Teria muita coisa a deixar para a história escrita da nossa cidade e Estado.
Como não sou uma pessoa de visibilidade política, muito fato importante omitiria na minha biografia.
Não pretendo, a esta altura da minha vida aos oitenta e oito anos de idade, recordar a história daqueles que não estão mais entre nós, criando animosidades com seus descendentes meus amigos.
Não sou historiador, e este existe exatamente para escrever e publicar em livro o que os outros fizeram.
Geralmente o biógrafo, como o excelente Ruy Castro, procura mais explorar a vida íntima do biografado, e não a sua participação histórica.
Fernando Morais, autor de Chatô, o Rei do Brasil, explorou no seu livro sobre Assis Châteaubriant mais seus hábitos sexuais.
Como não pretendo escrever um livro polêmico contando a verdade, e sim o que pode ser dito, na linha “politicamente correto”, prefiro contar as coisas verdadeiras da minha cidade.
Além do mais dá muito trabalho escrever um livro, conseguir recursos para imprimi-los, organizar a tarde de autógrafos e autografá-los, preparar o coquetel para alguém que aparecer.
Conseguir que algum veículo de comunicação de massa compareça, de preferência a televisão.
Telefonar para os formadores de opinião sobre o livro, e visitas com presente do livro.
Depois colocar no Instagram e facebook a venda da obra, e seu valor.
Por isso não vejo nenhuma importância em escrever a minha biografia, ainda mais que tenho no meu blog mais de três mil crônicas publicadas, o que seria mais que a minha biografia.
Gabriel Novis Neves
23-06-2023
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