sábado, 8 de abril de 2023

OITO DE ABRIL


Cuiabá, minha querida cidadezinha da rua de Baixo onde nasci há quase um século, está completando hoje trezentos e quatro anos.


Carinhosa e acolhedora com os filhos da terra, e também para os que a escolheram para viver.


Generosa ao extremo, “agarrativa e linda” na visão do poeta, nunca cobrou uma recompensa àqueles que a ajudaram no seu desenvolvimento.


Esquecida do poder federal durante tantos anos, sempre lutou para conseguir suas vitórias sociais e de desenvolvimento econômico.


Tudo foi conseguido com muita luta, algumas centenárias, como a criação da nossa universidade federal e do seu curso de medicina, iniciada logo após a fundação da cidade de Cuiabá em oito de abril de 1719, e concretizada em 10-12-1970.


O distanciamento do centro do poder, nosso isolamento geográfico, o fim do ciclo do ouro, poaia, cana de açúcar, a precariedade da navegação do rio Cuiabá e a nossa fraca representatividade junto aos órgãos federais, contribuíram e muito para aumentar as nossas dificuldades.


Nossa Cuiabá foi vencendo todos esses entraves, alguns compreensivos, outros não, e hoje é uma cidade desenvolvida com mais de seiscentos e cinquenta mil habitantes.


Combatemos na Guerra do Paraguai (1864-1870), retomamos Corumbá dos paraguaios, vencemos a malária e febre amarela, e a divisão do Estado (11-10-1977).


É uma cidade universitária.


Com universidades, cursos de medicina e muitos outros, e com um Instituto Tecnológico Federal.


Possui um comércio forte, prestadora de serviços e capital do agronegócio.


Mantem sua tradição cultural com teatros, cinemas, museus, bibliotecas, orquestras sinfônicas, corais.


No esporte popular que é o futebol, o time de Cuiabá disputa o Campeonato Brasileiro, o mais importante do país, com apenas os vinte melhores “esquadrões”, entre eles, o Cuiabá.


Tenho orgulho de ser cuiabano, filho de pais cuiabanos, casado com argentina-carioca, pai de filhos, netos e bisnetos cuiabanos.


Fiz tudo só que estava ao meu alcance e poder para o desenvolvimento social e econômico da minha cidadezinha.


Consegui deixar marcas físicas e sociais do nosso trabalho, e arrebentei as “correntes do conhecimento” que impediam à igualdade social.


Claro que esse trabalho foi feito com a ajuda de muitos e continua, pois, ele não tem fim.


Minha geração foi de jardineiros, que espalhou sementes de transformações sociais, por toda a cidade.


Não maltratem a minha Cuiabá!


Gabriel Novis Neves

08-04-2023










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