terça-feira, 4 de abril de 2023

HORÁRIO DE ESCREVER


Tenho notado que de uns tempos para cá inicio a escrever as minhas crônicas pouco antes do almoço.


Tenho tanta coisa a fazer no início do dia, como ler os noticiários de dois jornais nacionais pela internet, corrigir meus textos, revisar e, às vezes alterar a programação semanal, assim como reler a crônica que enviarei ao editor para sua publicação no blog do bar do bugre do dia seguinte.


Ganhei muito tempo depois que me ensinaram um jeito novo de compartilhar a minha crônica com meus amigos leitores.


Antes, encaminhava para grupos de cinco amigos e esse trabalho demorava uns quarenta minutos.


Por preguiça não encaminhava a todos do meu whtsap, fato este gerador de reclamações.


Agrupei os nomes do whtsap em três grupos de amigos - 1, 2 e 3.


Três clicadas nas “listas de transmissão” do meu celular, e todos recebem instantaneamente as minhas crônicas.


Ninguém que as recebe diariamente é obrigado a lê-las ou comentá-las.


Interessante é o retorno que recebo.


Uns mandam como mensagem, apenas a palavra “recebida”, outros “emogi” de palmas, mãos postas, beijos ou resumidas apreciações.


Como toda a regra tem exceção, e para confirmar a própria regra, pouquíssimos fazem comentários com mais caracteres que das crônicas recebidas, para desespero do meu editor.


Aproveito o restinho da manhã para ler livros e trabalhos interessantes que me chegam.


Estou com dois livros na fila de leitura recebidos do pesquisador Aníbal Alencastro.


Um relata a história dos “cem anos de cinemas em Cuiabá”.


O outro fala dos “aspectos históricos sobre o Centro Geodésico da América do Sul. ”


Quando recebi o livro sobre os cem anos de cinema em Cuiabá, disse ao escritor se ele havia falado sobre o “Cine Parisiense”, que funcionava em um galpão de zinco onde está construído o nosso quase centenário Cine Teatro de Cuiabá.


Na antessala do Cine Parisiense, em 29 de junho de 1920, nasceu o Bar Moderno, cujo proprietário único até 18 de maio de 1982 quando faleceu, foi Olyntho Neves.


Era uma lanchonete onde eram servidas bebidas, refrigerantes, salgadinhos.


Poucos anos depois Olyntho Neves comprou um casarão residencial, na rua de Cima (Pedro Celestino), de lado para a Praça da República, onde instalou o seu bar, sorveteria e engraxataria.


Fez uma grande reforma para transformar uma residência em casa comercial com seis portas e dois janelões para a Praça Alencastro e três portas e dois janelões para a Praça da República.


Era o Bar Moderno, só conhecido assim na Junta Comercial de Cuiabá e Receita Federal.


Para todos era o bar do Bugre, do Bugre do bar, “bugre” era o apelido de Olyntho Neves.


Em 1942, no local do antigo Cine Parisiense é inaugurado o Cine Teatro de Cuiabá.


De grande valor histórico os dois livros que ganhei do pesquisador Aníbal Alencastro, lembra de nomes que muito contribuíram para o desenvolvimento cultural da nossa capital, e hoje, totalmente esquecidos.


Gabriel Novis Neves

24-03-2023




N.E. Companhia de cinema fundada em 1912, por Manoel Bodstein, um pioneiro deste segmento em Cuiabá. O Cine Parisien marcou época na capital, pois teve vida longa. Uma particularidade do Parisien era a orquestra que executava canções ao sabor dos enredos do cinema mudo. Os músicos que compunham a orquestra foram verdadeiros ícones culturais de Mato Grosso, a exemplo de Zulmira Canavarros, Honório Simaringo, José Agnelo Ribeiro, Antônio dos Santos e Juvenílio de Freitas. A partir de 1933, com o nome de Cine Teatro República, o Parisien passou à empresa Ernesto Bonamico, que dotou a sala de espetáculos de moderno sistema de alto-falantes. (Fonte: <https://portalmatogrosso.com.br/parisien-cine/>)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.