Dentre
as profissões surgidas há alguns anos, uma das mais promissoras é a de
tatuador, manifestação artística que usa como plataforma o corpo humano.
Em
países desenvolvidos como a Grã-Bretanha, por exemplo, a tatuagem não é moda,
mas, talvez, um estilo de vida.
No
Brasil a “moda” pegou. Hoje o ramo da
tatuagem é bem rendoso e possui inúmeros especialistas espalhados pelas
cidades, principalmente pelos grandes centros urbanos.
Seus
profissionais são geralmente jovens artistas plásticos, excelentes desenhistas
e pintores.
O
importante é que existe clientela para esse tipo de mercado emergente.
Pela
minha condição de médico tenho visto trabalhos multicoloridos e monocromáticos
simplesmente maravilhosos.
Fico
admirado com a paciência e a resistência à dor desses clientes que escolhem
esses procedimentos como forma de embelezamento, pois, as sessões, de um modo
geral, são prolongadas e dolorosas.
Cremezinho
na pele não resolve o problema da analgesia, e o jeito é suportar a
desagradável dor.
Escrevi
há alguns anos um artigo sobre umas das primeiras tatuagens que eu vi. Fiquei
impressionado pela beleza e extensão do trabalho - ocupava toda a lateral de um
jovem corpo feminino.
Multicolorido,
de cores harmônicas, parecia um quadro de Adir Sodré, um dos nossos pintores
preferidos, produto da escolinha de arte da UFMT.
As
profissões tradicionais estão, a cada dia, cedendo espaço às inovações
artísticas e tecnológicas, principalmente as relacionadas à beleza.
Homens
e mulheres procuram este artifício no intuito de seguir um modismo, coisa que
logo atrai os que gostam de serem incorporados à carneirada.
Para
casos de arrependimento, hábeis dermatologistas, munidos de um arsenal de
equipamentos sofisticados, conseguem remover o trabalho executado ou,
sofisticadamente, escondê-lo.
É
sempre de bom alvitre pensar que ser moderno não é aderir pura e simplesmente a
qualquer comportamento da maioria, mas, principalmente, vasculhar as razões
pelas quais precisamos de tantos artifícios para conseguir uma boa autoestima e
uma aceitação coletiva.
Essas,
geralmente, estão dentro de nós, e não nos adereços com que nos fantasiamos.
Gabriel
Novis Neves
12-09-2015
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