Após
longa e complicada gestação o governo anunciou a tão esperada reforma
ministerial para salvar a nossa economia.
Os
cortes foram pouco expressivos se compararmos com os gastos astronômicos feitos
nos últimos anos.
Lembra
mais uma maquiagem do que medidas de austeridade.
A
certeza que ficou para nossa gente foi que houve, de fato, uma enorme barganha
política.
Barganha
no sentido de conseguirem empurrar goela abaixo do contribuinte mais impostos
via aprovação do amestrado Congresso Nacional e exorcizar o pavor do
impeachment da presidente pelas pedaladas fiscais, além, de prováveis
complicações com a equipe do juiz Sérgio Moro.
Presenciamos
um escandaloso toma lá, dá cá, onde qualificações não foram sequer pensadas
para preenchimento dos cargos vagos de ministro.
Esse
estardalhaço todo em torno do novo ministério teve como único objetivo garantir
a permanência no poder do grupo dominante.
Precisamos,
na verdade, de um Ministério de Salvação Nacional, e não, de Salvação Pessoal.
Tentar
demonstrar que o governo irá fazer economia tirando dez por cento do salário
dos ministros, presidente e seu vice, é pura enganação.
O
Ministro da Fazenda receitou um corte bem mais acentuado para evitar a criação
de novos impostos e a retirada de direitos adquiridos dos aposentados (fator
previdenciário).
Controlando
a evasão fiscal ficaríamos com o ajuste fiscal dos sonhos, mas o novo Ministro
da Saúde tem como prioridade a defesa do renascimento da nova CPMF (imposto
sobre os cheques) em cobrança dupla.
Essa
troca de ministros não promoverá equilíbrio fiscal, nem melhorará a
credibilidade e eficiência na gestão pública. Apenas oito ministérios saíram do
organograma do governo, de um total de trinta e nove.
Seus
componentes não foram escolhidos por mérito, o que inviabiliza qualquer
possibilidade de recuperação da nossa economia.
Houve
um arranjo para garantir maioria no Congresso Nacional.
Na
República Velha era frequente a formação de ministério de coalizão para
enfrentar crises nacionais com a participação da oposição.
Este
apresentado é de salvação da pessoa da presidente.
Não
perder as esperanças é o que nos resta.
Esperamos
que a maquiagem não continue na próxima votação do Congresso.
Gabriel
Novis Neves
05-10-2015
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