Fiquei
sabendo que o músico-cantor Maurício Detoni, filho de dois amigos-filhos,
estava se apresentando na Casa do Parque.
Fui
assistir ao seu show de canto e violão.
O
rapaz está maduro para estourar no competitivo mercado das artes como um dos
melhores artistas da nova safra.
Canta,
encanta, e toca violão como poucos, chegando, sem exagero bairrista, a lembrar
do João Gilberto.
Seu
repertório é vasto, e predomina o bom gosto.
Desliza
da beleza inocente das músicas regionais até as mais sofisticadas canções,
sendo a maioria de sua autoria (letra e música).
Demonstra
com a sua arte uma forte formação educacional, cultural e universitária.
Aliás,
possui dois cursos superiores. Um para entender a vida (biologia) e outro do
Conservatório de Música.
Há
doze anos luta para conquistar seu merecido lugar de destaque na competitiva
cidade do Rio de Janeiro.
Além
do seu imenso talento, queimou muita gordura no trabalho da aprendizagem
acoplado a uma simplicidade própria dos vencedores.
Fiquei
feliz em ter participado da carreira de um artista que rompeu todas as amarras
culturais de uma vida linear para o grande desafio de viver de arte em um país
como o Brasil, onde a educação e cultura sempre foram tratadas pelo governo
como moedas podres.
Convivo
muito bem com o sucesso alheio, vibrando como se fosse o meu próprio. Admiro o
vencedor ético, verdadeiro guerreiro que consegue sobreviver neste mundo cruel
da competição de valores duvidosos, onde tudo é permitido para impedir a
vitória daqueles que têm talento e trabalham exaustivamente para conseguirem
seus objetivos.
A
Casa do Parque vem se destacando em nossa capital como um lugar diferenciado de
apoio às artes. Não é apenas um espaço agradável para se degustar um bom vinho
com gastronomia internacional, com preços honestos.
Oferece
público e espaço para artistas sem outras oportunidades de mostrarem seus
trabalhos.
Durante
a semana, música da melhor qualidade com a prata da casa. Todos os meses
exposições de nossos artistas plásticos, esquecidos pela mídia.
O
respeitoso ambiente com o artista e a tranquilidade que imaginava não ser mais
possível encontrar nesta violenta cidade, foi “detonado” no show maravilhoso do
Detoni.
Que
outros empresários invistam em espaços onde a futilidade não tem ingresso.
Gabriel Novis Neves
04-03-2014
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