Dia
desses um repórter me perguntou como era o rolezinho na minha época de
juventude, já que o assunto domina os noticiários.
O
rolezinho de hoje teve sua origem na cidade de São Paulo, quando estudantes em
protesto pacífico saíram às ruas contra o abusivo aumento das passagens de
ônibus.
O
movimento logo contou com apoio de outros Estados, só que os seus objetivos
foram desvirtuados por grupos mascarados que agiam com violência contra o
patrimônio privado, de preferência, bancos e estabelecimentos comerciais.
Logo
foi escolhido e endeusado o comandante desse movimento anárquico que virou
estrela da mídia, sendo recebido e fotografado ao lado da Presidente.
Era
a consagração da baderna e o afastamento dos estudantes que revindicavam
diminuição dos preços das tarifas de passagens dos ônibus em São Paulo.
O
ponto culminante dessa movimentação aconteceu em junho, quando milhares de
jovens saíram em protesto contra a corrupção.
Os
mascarados de preto infiltraram-se ao movimento, com o objetivo de criar algo
que alterasse a situação política em alguns Estados brasileiros, como foi o
caso do Rio de Janeiro e São Paulo.
Descobriu-se
depois que esses “militantes espontâneos”, surgidos dos movimentos sociais (!)
recebiam patrocínio do governo federal através das suas ONGs.
Até
em nossa pacata Cuiabá os rolezinhos, como foram chamados esses movimentos
de presença de multidão de jovens em
operações surpresa comandadas pelas redes sociais, a coisa prosperou.
Anuncia-se um rolezinho em shoppings, chegando esse assunto à decisão da
justiça estadual.
Pois
bem, o curioso jornalista diante desses fatos recentes criados pela tecnologia,
queria saber como era o rolezinho na minha juventude.
Respondi
que a gurizada tinha encontro marcado em praças, jardins, monumentos públicos e
pelos belos lugares da cidade para namorar.
Não
era um protesto público, mas, um agradecimento pelas reações químicas e
hormonais desencadeadas no nosso cérebro.
Era
o rolezinho dos namorados públicos, que surtiram efeitos positivos com a
formação de novas famílias e o povoamento da cidade.
Os
antigos ainda se lembram dos bancos das praças e jardins desta capital cheios
de casais de namorados em atitudes pacíficas, aos beijos e abraços com carícias
ingênuas.
Por
acaso isso ofende a moral? Beijava-se à vontade na ex- Cidade Verde.
Hoje,
praças e jardins, assim como outros logradouros públicos, estão abandonados,
servindo de refúgio a criminosos e residência de dependentes químicos e
moradores de rua.
Os
logradouros públicos dos rolezinhos de amor da minha época ficaram reféns do abandono
do poder público.
Os
atuais rolezinhos preferem fazer seus protestos, muitas vezes violentos e com
danos materiais e físicos, nos moderníssimos shoppings e lugares badalados.
Não
existe mais rolezinhos de amor como em minha época. Onde estão os apaixonados
públicos desta cidade namoradeira que foi Cuiabá?
“Todos
têm o direito de serem estúpidos. Alguns apenas abusam desse privilégio”.
Gabriel Novis Neves
01-02-2014
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