Há
quatrocentos anos já existia dezesseis
das vinte cidades mais populosas da América Latina.
Deixaram-se
enfraquecer, progressivamente, graças à inércia em coibir a exploração
internacional através dos séculos.
Afinal,
até num sentido mais amplo, inclusive pessoal, ninguém faz nada desde que o
outro não permita.
Desde
o descobrimento, até os nossos dias, o Brasil vive dominado pelo capital
europeu e, posteriormente, pelo norte americano. Isso é um fato.
Somos
grandes produtores de petróleo, ferro, cobre, carne, frutas, café, matérias
prima, todas eles fontes de altos lucros
para os países que as consomem e, muito menos, para nós, que os
produzimos.
A
pecha da derrota e da submissão nos acompanha desde que fomos descobertos, e
parece arraigada no inconsciente coletivo
do brasileiro.
Com
o mercado de consumo não existe preços justos, existe a livre comercialização.
A opressão do mais forte em cima do mais fraco é consequência imediata.
Quando
se ouve dizer, por exemplo, que os Estados Unidos fazem concessões ao capital
de outros países?
Nós,
intrinsecamente subdesenvolvidos, absorvemos isso como um destino histórico.
O
presidente norte americano Woodrow Wilson, em 1913, já preconizava que “um país
é possuído e dominado pelo capital que nele se tenha investido”.
A
prática mostra isso como verdade absoluta.
Consequência
disso é que os Estados Unidos são para o mundo, a América. Enquanto nós outros,
somos a América Latina, uma América de segunda classe, nebulosa como
identificação.
O
pensador uruguaio Galeano, um dos mais expressivos da época atual, classifica a
América Latina como a região “das veias abertas”.
Nossas
riquezas geram a vitória alheia, e nessa, está sempre implícita a nossa
derrota.
Dizem
que somos ainda um país muito novo. Mas será realmente só isso?
Quantos
séculos mais serão necessários para dialogar e comercializar com outros países
em termos de igualdade?
Talvez
no dia em que acreditarmos mais em nossas capacidades e tornarmo-nos menos
submissos?
Gabriel Novis Neves
24-02-2014
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