Cada
vez que o falecido prematuramente Hospital Neurológico Egas Muniz sofre uma
“ameaça” de reabertura para a sua função de atendimento ao público, a primeira
providência adotada é mudar seu nome.
Nas
estatísticas de hospitais cuiabanos na Junta Comercial, com certeza
encontraremos muitos hospitais fantasmas vítimas da demagogia e do oportunismo
dos nossos políticos em vésperas de eleições.
O
“novo” hospital, anunciado e batizado com o nome do nosso Santo mais popular –
Pronto Socorro São Benedito - é o mesmo escombro que um dia foi “inaugurado”
como Hospital das Clínicas, da Mulher, da Criança, do Idoso, dos Transplantes
de Órgãos, este, inclusive, com “metade dos recursos para a sua transformação
já depositado em conta no Banco do Brasil e o outro tanto já empenhado para
liberação automática”.
Todo
esse esforço ilusionista foi feito para salvar a candidatura da verticalização
da derrota desmoralizadora na capital.
Passada
as eleições foi descoberta mais uma farsa montada pelos governos federal e
estadual.
Faltando
menos de cem dias para a Copa do Mundo, a cidade campeã em fechamento de
hospitais e diminuição de leitos hospitalares, lança com estardalhaço na mídia
a construção do “novo” hospital de Urgências e Emergências - o São Benedito.
Para
tanto Prefeitura alugou o velho hospital, fechado há anos, por R$ 135 mil por
mês, e promete entregá-lo aumentado em leitos e funcionando normalmente até o
final do mês de maio para atender às necessidades de um evento internacional de
grandes proporções, que é uma Copa do Mundo.
Desconhecemos
o valor das profundas reformas e da aquisição dos equipamentos, isso sem falar
na parte mais complexa do trabalho: a seleção, treinamento e contratação de
servidores.
Dizem
que essa tarefa será a primeira executada por uma estatal municipal
recém-criada, a Empresa Cuiabana de Saúde (ECS), e que receberá repasses do
poder municipal, que, por sua vez, espera uma ajuda federal mensal de 80% do
seu custeio, previsto para cerca de oito milhões de reais.
Quem
trabalha com o governo federal conhece o relaxamento e a irresponsabilidade do
poder central em cumprir com os seus compromissos.
A
Presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso alerta sobre a
funcionalidade da tal empresa. Teme que se repita o fiasco patrocinado pelo
governo com as Organizações Sociais de Saúde (OSSs) ao não repassar os recursos
regularmente para uma empresa que não pode esperar, pois trabalham com a vida
do próximo.
Enfim,
resta-nos torcer para que o “novo” hospital fique concluído no prazo prometido
para minorar o sofrimento da nossa população mais pobre, aquela que não terá
recursos para assistir aos jogos da Copa.
Valei-nos
São Benedito!
Gabriel
Novis Neves
02-03-2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.