domingo, 16 de março de 2014

DIA DA MULHER

Como toda a hipocrisia que envolve as comemorações de tantas outras datas, essa é mais uma que vem se transformando, aos poucos, numa tentativa de expansão do mercado de flores, tal como no dia de finados.
Enviar rosas ou similares vem sendo uma exigência do mercado no intuito de agradar as mulheres importantes da vida de cada um.
Para mim, todos os dias são da mulher, esse ser especial que ilumina o mundo.
A mulher, apesar de maioria na sociedade brasileira, como todas as outras minorias, formadas por índios, negros e homossexuais, tem sido massacrada através dos séculos.
Os progressos nesse sentido tem sido lentos e à custa de muita tristeza e humilhação para todos os que lutam para derrubar preconceitos, os mais variados.
Justo nesse momento, em pleno século XXI, milhões de mulheres, principalmente em alguns países da África e do Oriente, continuam vivenciando práticas bárbaras, inclusive de emasculação.
Mesmo no dito mundo civilizado ao qual pertencemos, inúmeros são os casos de estupros, de prostituição infantil, trabalho escravo, isso numa época em que há muito a mulher já está inserida no mercado de trabalho. Representa, como o homem, uma grande parte da renda familiar, apesar de ainda ter salários defasados com relação aos masculinos.
Por componentes históricos, elas ainda se permitem ser exploradas como objetos para fins comerciais.
Isso fica patente nas festas momescas,  onde se estabelece um verdadeiro mercado de carne, em que algumas ações de antigas popozudas caem em detrimento das novas que aparecem nessa bolsa.
O acesso das mulheres ao mercado de trabalho, em termos mundiais, trouxe para elas uma relativa ascensão social, tudo em função de uma nova ordem econômica mundial a partir do século XIX.
Com o advento da pílula anticoncepcional e a consequente revolução sexual daí advinda, somente a partir de 1960 as mulheres conseguiram a verdadeira liberdade, inclusive, para usar os seus corpos e o prazer que deles emanaria, da forma que bem lhes aprouvesse. Antes disso, as mulheres passaram séculos e séculos sob profunda castração  mental.
Lentamente elas vêm tentando se liberar de todos os modelos arcaicos que regiam suas vidas, e que até os dias atuais teimam em mostrar vestígios.
O mesmo não se pode dizer do racismo, que continua dando suas mostras covardes e desastrosas, ainda que, felizmente, criminalizado.
Com relação aos homossexuais, apesar dos avanços, inclusive científicos, continuam sendo discriminados e torturados pelo mundo afora.
Dos índios, triste falar, pois ainda sangra essa ferida, não só aqui entre nós, mas também em culturas ditas desenvolvidas.
Enfim, a humanidade como um todo não é nada do que nos possamos orgulhar, com certeza.
Os animais, com frequência, se portam muito mais dignamente do que nós outros, dotados de inteligência.
Distante ainda o tempo em que poderemos desenvolver a tão esperada humanidade.

Gabriel Novis Neves
08-03-2014

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