Como
toda a hipocrisia que envolve as comemorações de tantas outras datas, essa é
mais uma que vem se transformando, aos poucos, numa tentativa de expansão do
mercado de flores, tal como no dia de finados.
Enviar
rosas ou similares vem sendo uma exigência do mercado no intuito de agradar as
mulheres importantes da vida de cada um.
Para
mim, todos os dias são da mulher, esse ser especial que ilumina o mundo.
A
mulher, apesar de maioria na sociedade brasileira, como todas as outras
minorias, formadas por índios, negros e homossexuais, tem sido massacrada
através dos séculos.
Os
progressos nesse sentido tem sido lentos e à custa de muita tristeza e
humilhação para todos os que lutam para derrubar preconceitos, os mais
variados.
Justo
nesse momento, em pleno século XXI, milhões de mulheres, principalmente em
alguns países da África e do Oriente, continuam vivenciando práticas bárbaras,
inclusive de emasculação.
Mesmo
no dito mundo civilizado ao qual pertencemos, inúmeros são os casos de
estupros, de prostituição infantil, trabalho escravo, isso numa época em que há
muito a mulher já está inserida no mercado de trabalho. Representa, como o
homem, uma grande parte da renda familiar, apesar de ainda ter salários
defasados com relação aos masculinos.
Por
componentes históricos, elas ainda se permitem ser exploradas como objetos para
fins comerciais.
Isso
fica patente nas festas momescas, onde
se estabelece um verdadeiro mercado de carne, em que algumas ações de antigas
popozudas caem em detrimento das novas que aparecem nessa bolsa.
O
acesso das mulheres ao mercado de trabalho, em termos mundiais, trouxe para
elas uma relativa ascensão social, tudo em função de uma nova ordem econômica
mundial a partir do século XIX.
Com
o advento da pílula anticoncepcional e a consequente revolução sexual daí
advinda, somente a partir de 1960 as mulheres conseguiram a verdadeira
liberdade, inclusive, para usar os seus corpos e o prazer que deles emanaria,
da forma que bem lhes aprouvesse. Antes disso, as mulheres passaram séculos e
séculos sob profunda castração mental.
Lentamente
elas vêm tentando se liberar de todos os modelos arcaicos que regiam suas
vidas, e que até os dias atuais teimam em mostrar vestígios.
O
mesmo não se pode dizer do racismo, que continua dando suas mostras covardes e
desastrosas, ainda que, felizmente, criminalizado.
Com
relação aos homossexuais, apesar dos avanços, inclusive científicos, continuam
sendo discriminados e torturados pelo mundo afora.
Dos
índios, triste falar, pois ainda sangra essa ferida, não só aqui entre nós, mas
também em culturas ditas desenvolvidas.
Enfim,
a humanidade como um todo não é nada do que nos possamos orgulhar, com certeza.
Os
animais, com frequência, se portam muito mais dignamente do que nós outros, dotados
de inteligência.
Distante
ainda o tempo em que poderemos desenvolver a tão esperada humanidade.
Gabriel Novis Neves
08-03-2014
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