Bem antigamente, não dispúnhamos de amplos meios de comunicação.
Hoje, temos tantas ferramentas para nos comunicarmos, porém continuamos isolados.
Somos vítimas da violência urbana, ficando cada um em sua “jaula”, fugindo das trombadinhas, balas perdidas, lutas de gangues e da polícia.
A guerra do trânsito e pedintes dos faróis, muitos travestidos de bandidos.
Os eventos públicos como assistir a um show de artistas famosos é um convite para a “guerra do pó”, que termina muitas vezes, com mortes de inocentes.
Até a paixão do brasileiro que é o futebol, cada vez fica mais perigoso de assisti-lo, com o encontro das torcidas na entrada e saída das modernas arenas, os antigos estádios de futebol.
Hoje, algumas dessas arenas estão interditadas para a prática desse esporte popular.
Antigamente tínhamos mais escolas que estádios de futebol, e o esporte praticado lá era para diversão, lazer, distração.
Hoje, futebol virou um negócio internacional, rendoso e os clubes viraram empresas rendáveis para príncipes árabes e bilionários.
Envolve uma roda gigante de interesses de pessoas graúdas da terra.
Antigamente, ninguém usava segurança ou guarda-costas para sair em carros blindados à rua para ir ao médico, por exemplo.
Hoje, é uma loucura a saída dessas pessoas pela nossas ruas e avenidas, especialmente se forem autoridades do governo.
A “escolta” conta com elevado número de seguranças com coletes protetores no tórax.
Carros blindados em alta velocidade, sirenes ligadas.
Não respeitam sinais de trânsito, prioridades, como portadores de deficiência física, veículos comunitários, sempre causando sérios desastres.
Tudo isso para levar a madame ao cabelereiro.
Antigamente, tínhamos sérias dificuldades na comunicação telefônica, mesmo depois de implantado em Cuiabá, o telefone fixo de parede.
Era movido a manivela até a Central Telefônica, quando uma funcionária fazia a ligação para o aparelho solicitado.
Quem implantou o telefone preto de parede, foram os irmãos italianos Lotufo, na primeira metade do século XX.
Hoje com a internet, telefonia móvel e tantas plataformas para comunicação, fiquei dois dias isolados.
Procurei a operadora que me atende para saber o motivo, pois as minhas contas estavam em ordem.
O técnico me disse que as falhas foram detectadas e eles estavam tomando providências para restabelecer o atendimento.
No primeiro caso um caminhão não autorizado a trafegar em determinado bairro pela sua altura, arrastou todo a sua rede elétrica, danificando vários bairros, inclusive o meu.
A polícia foi chamada, prendeu o motorista e o encaminhou à Delegacia.
Outro dia, ladrões roubaram boa extensão de fiação da operadora.
Os dois casos eram de polícia, e não tecnologia.
Às vezes culpo o excesso e facilidades para a gente se comunicar, de comprometer certos sentimentos como a saudade de alguém que está distante.
Antigamente, quem estava distante recebia e escrevia cartas.
Quando era coisa urgente, alegre ou triste, passava-se telegrama.
Quantas cartas recebi da minha mãe quando estudava no Rio de Janeiro, e respondia.
Durante esse longo período que lá morei, só me lembro de ter passado um telegrama para o meu pai.
Os dizeres nunca esqueci:
“Pai, passei no vestibular de medicina da Praia Vermelha. ”
Esse telegrama foi comemorado durante alguns dias, e a todos que iam ao Bar do Bugre, ele mostrava o telegrama recebido do seu filho, que saiu de Cuiabá para se tornar médico pela melhor Faculdade de Medicina do Brasil.
Foi a maior alegria que dei ao meu pai.
Hoje meu neto está terminando a Universidade Mackenzie em São Paulo, e passou no exame da OAB nacional.
Antigamente, esse exame era realizado após à conclusão da graduação em Direito.
Hoje, esse exame é realizado no início do último ano do curso.
Fala diariamente, várias vezes ao dia com seus pais, família, amigos por vídeo chamada.
Será que ele sente saudades dos seus como antigamente a gente sentia?
Gabriel Novis Neves
24-05-2023
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