Estamos em maio e parece que tudo foi ontem.
Mais um mês e estamos na metade do ano, e o seu final chegando ao fim.
Para os idosos o tempo voa, para as crianças anda muito devagar.
Elas têm poucas referências ao ano, geralmente são as festas natalinas, aniversários, férias de julho e a extensa de fim do ano.
Os idosos têm o que fazer o dia todo.
Minha enfermeira me perguntou se eu sabia quantos comprimidos de medicamentos ingeria por dia.
Respondi-lhe: com ou sem saúde?
Com saúde, como agora - foi a resposta que ela me deu.
Eu lhe disse: trinta ao dia.
“Quase”, ela me respondeu. E continuou:
“Com a saúde maravilhosa que o senhor está, só trinta e um! “
Isso significa que em vinte e quatro horas corridas tomaria mais que um comprimido por hora.
Este é um simples exemplo que demonstra que o idoso passa o dia todo fazendo alguma coisa.
Tenho ainda que gerenciar todos os problemas da casa, desde os vinte reais trocados para a Instituição dos Cegos mensalmente, até o pagamento da faxineira, todas as sextas feiras da semana.
Os pedidos que a casa necessita sou eu que faço pelo celular e pagamentos por boletos.
As despesas com a Receita Federal pago por PIX.
Só não consigo fazer o mercado, que terceirizei com a minha filha, que delegou ao seu motorista.
Ainda tenho que arrumar duas manhãs da semana para ser atendido em casa pelo indispensável fisioterapeuta.
Estou ajeitando um tempinho para escrever as minhas crônicas.
O pior de tudo é que não gostaria que o tempo passasse tão rápido, quando sei que tenho pouco tempo de vida para ficar nesse corre-corre.
O que depender de mim para esticá-la eu faço.
Meu último exame de sangue está excelente, minha carteira de vacinação está em ordem, tendo tomado a quinta dose contra o Covid 19 e a antigripal (H1N1).
Meu grande inimigo é o tempo que voa e não passa devagar, igual aos tempos de criança.
Gabriel Novis Neves
26-04-2023
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