Diz o poeta popular, cujo nome não sei, que “quem anda atrás de amor e paz, não anda bem. ”
Onde existe o amor não há paz, e não existe paz com amor.
Só existe amor com paz ou paz com amor, na visão conturbada dos antigos hippies que viviam acampados nas praças públicas vendendo artesanatos para sobreviverem.
Amor e paz são palavras antidotas.
Se tivemos que sofrer, melhor sofrer por amor.
Se tivemos que morrer, por amor será melhor.
Viver, sofrer e morrer em paz não é um bom negócio, afirmam todos os nossos poetas das canções musicadas.
A dor de cotovelo, cantada nos mais variados ritmos musicais, é a mais conhecida expressão que o amor reside nos cotovelos, por isso dói quando ampara o corpo na mesa de um botequim.
Impossível falar de um amor impossível, sem a imagem dos cotovelos sustentados em uma mesa qualquer de um bar.
A paz está mais associada ao silêncio dos cemitérios, onde reina a paz eterna e é a casa da saudade.
O amor é vida, a paz o descanso.
Sofrer por amor é prazeroso, e ninguém trocaria por uma vida plena de paz que cheira solidão, sem amor.
O amor é tudo de bom que acontece na vida de alguém, e sofre de amor quem tem um grande amor.
“Meu amor é você meu grande amor”, é o soluço de quem ama muito.
A paz é um cativeiro que aprisiona aqueles que têm medo de amar.
Ninguém deseja a paz para se lembrar de um grande amor.
A covardia anda de mãos dadas com a paz para evitar um grande amor que nos faz sofrer.
O consolo é sempre companheiro de um grande amor.
Escrevo sobre o amor que brota do fundo do meu coração, e não daquele da ponta dos cotovelos.
Acho que, neste caso, possa existir o amor com muita paz.
Pode não dar samba, mas uma crônica amorosa.
Gabriel Novis Neves
19-01-2023
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