terça-feira, 14 de março de 2023

SEMANA QUASE PERFEITA


O finalzinho de fevereiro e esse início do mês de março foi uma semana em que tudo deu certo para mim.


Não fosse um probleminha que resolverei em um banco para a declaração do meu imposto de renda, poderia chamá-la de semana perfeita.


Foi de muito trabalho intelectual com resultados excelentes.


Reencontrei muitos amigos do passado.


Muitos nem acreditavam que eu ainda estivesse por aqui, e preocupado com a festa dos meus noventa anos.


Foi gostoso saber que muitos ainda moram por aqui!


Cito como exemplo o jornalista Kleber Lima.


Tivemos nosso último encontro no início de 2003 quando, por pura coincidência, trabalhamos por alguns meses no governo do Estado.


Depois cada um foi tocar a sua vida, até o reencontro ontem.


Também acredito que matamos a saudade conversando por mais de três horas.


Ele acha que devemos ter mais encontros para nos atualizarmos.


Quanta coisa aconteceu aqui na nossa terra, no Brasil e no Mundo, nesses últimos vinte anos!


O Kleber é de Barra do Garças, quase Goiás.


Veio estudar na nossa universidade e ficou por aqui.


Disse-me que Cuiabá é uma cidade linda e maravilhosa para se viver.


Ruas com apelidos, cidade que se desenvolveu sem planejamento urbanístico, e que mudou seu estilo de habitação com casarões com quintais cheios de árvores frutíferas e saída para outra rua, por espigões de concreto.


Veio a era dos edifícios de apartamentos, e agora a multiplicação dos modernos e luxuosos condomínios com casas comparadas as dos astros de Holywod.


Lembrei-lhe sobre a tentativa da mudança da capital para a Chapada dos Guimarães com um clima ameno cercado de belezas naturais.


Ele não se entusiasmou com essa cidade nova, cuja pedra fundamental foi lançada no mirante na entrada da futura cidade em 1928, e chamada de Marionópolis em homenagem ao médico Governador Mario Correa da Costa, autor da proposta.


Disse-me que a beleza e atração de Cuiabá existe pelo seu povo, com essa anarquia urbanística e o forte calor, que é uma das características da capital eterna de Mato Grosso.


É muito prazeroso estudar esses poucos mais de trezentos anos da nossa cidade.


No dia anterior, o atual Diretor do Instituto de Física da UFMT, professor concluindo o doutorado, Édson Chagas, gravou uma entrevista à distância comigo.


Ele foi aluno da nossa universidade, colega de turma do reitor atual.


Ele é bem mais novo, que seu curso de física criado e funcionando há 51 anos, mais de meio século.


Está se preparando para ser reitor e seus professores e alunos, precisam conhecer o passado da sua escola, motivo pelo qual me procurou.


Nossa universidade foi criada em 10-12-1970 e irá completar 53 anos de fundação.


Tudo aconteceu tão rápido que a sua memória e nomes dos seus fundadores estão sendo apagados pelo tempo.


Muitos dos pioneiros já nos deixaram, restando a história oral para poucos contarem.


A vantagem de ter sido seu 1º Reitor é que, a partir de 1968 como Secretário Estadual de Educação, tive oportunidade de trabalhar no projeto de criação de uma universidade federal para Mato Grosso.


Seu produto final foi a fusão da Faculdade Federal de Direito com o ICLC (Instituto de Ciências e Letras de Cuiabá).


Os alunos assistiram na sala de aula a entrevista que o professor-diretor Édson fez comigo.


Esse link está disponibilizado no Youtube, assim como a do Kleber.


Acho que na minha idade o melhor que faço é contar e desmistificar alguns fatos históricos distorcidos de um passado ainda tão recente.


Terminou uma semana quase que perfeita, com o compartilhamento de tantas informações para a nossa memória histórica.


Gabriel Novis Neves

04-03-2023




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