Estou aprendendo no meu celular a opção de colar as minhas crônicas diárias nas “listas de transmissão” com 239 destinatários.
Com essa manobra ganharia meia hora por dia, que é o tempo que levo enviando em grupo de cinco amigos os meus textos, bem inferior aos das “listas de transmissão. ”
Isso aconteceu em um sábado, logo após o lanche antes um pouquinho das oito da noite.
Pedi ajuda a quem me ensinou essa manobra há três meses para facilitar o meu trabalho, e eu esqueci de como fazer.
Não deu certo à distância.
Pedi apoio ao meu fisioterapeuta que conhece tudo de celular, e nada deu certo.
Lembrei da minha sobrinha que é da geração do celular e sua orientação foi um desastre.
Como sou obsessivo, não desisti, e continuei a perseguir meus objetivos.
Enviei um “oi” com teste.
Na última tentativa consegui sucesso na manobra e enviei a mensagem desejada que acabei de receber.
O importante nessa história é a força da expressão “oi” na comunicação entre pessoas.
Apenas duas palavras que despertaram em todos os contatos que receberam a minha mensagem uma resposta imediata!
Todos queriam saber das minhas notícias, se eu estava bem ou precisando de algo.
Minha filha telefonou à minha enfermeira que estava no meu dormitório no meu lado, perguntando o que houve comigo.
Eu também senti desconforto com o meu “oi”, que era um simples teste, e causou preocupação a todos que receberam as “duas palavras”, como o meu cardiologista.
Também confirmou o grau de solidão como vivem as pessoas, mesmo em uma cidade de médio porte como Cuiabá.
Elas não têm com quem conversar, trocar ideias, comentar sobre as coisas importantes da vida ou da família.
Distantes dos centros de diversões, shoppings, restaurantes, bares, em um belo sábado à noite.
Estão em casa, solitários, imersos às vezes, em um grupo de gente.
É a solidão da multidão à procura de um pretexto, mesmo a resposta de um “oi” recebido na esperança de achar alguém para conversar.
Aprendi como se faz para bater papo pelo celular.
Basta mandar um “oi ”que serei atendido imediatamente.
Contrariando Otto Lara Resende que dizia que “o mineiro só é solidário no câncer”, o cuiabano é solidário até ao chamado do “oi”.
Gabriel Novis Neves
26-02-2023
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