quinta-feira, 16 de março de 2023

OPERÁRIOS


Sou um fã incondicional dos operários da construção civil, verdadeiros artistas que executam as obras necessárias e de embelezamento das cidades.


Alguns conhecem o nome da firma construtora, poucos do arquiteto que elaborou o projeto e ninguém dos seus operários.


Os guias de turismo nos levam aos pontos mais lindos de uma cidade para apreciá-los pela beleza criada pelo homem.


Em Brasília é obrigatória a parada na Catedral de Brasília, quando é revelado ao turista de todo o mundo o autor do projeto: Oscar Niemayer!


E os operários que a construíram, tirando de uma prancheta os rabiscos do Niemayer, e transformando-os em obras primas?


Esses são totalmente desconhecidos, e meus heróis.


Quem acompanha construção de uma obra dessa grandiosidade, sabe que ela tem início com a instalação do seu canteiro de obras.


Em seguida é feita a delimitação da área a ser construída e perfurações do terreno.


No início o leigo não acredita que aquilo vai dar certo.


Uma multidão de operários, cada qual trabalhando sabendo o que fazer, do simples servente, ajudante de pedreiro, pedreiro, ao mestre de obras.


Máquinas modernas ajudam a acelerar a obra, quando novos operários especialistas são convocados para ajudarem os pioneiros pedreiros.


Marceneiros, funileiros, eletricistas, mecânicos hidráulicos, sanitários, de cabos de internet, vidraceiros, pintores e tantos outros, até a obra ficar pronta.


E esses operários apesar das medidas de segurança, seguem trabalhando com risco de morte ou graves lesões.


E eles permanecem no anonimato, o que acho uma grande injustiça.


Todos admiram o plano piloto de Brasília feito por Lúcio Costa e os edifícios projetados por Oscar Niemayer.


Ainda bem que lembraram de homenagear em escultura na Praça dos Três Poderes “Os Candangos”, os pioneiros operários da construção da capital federal.


Do meu apartamento acompanho a construção de um prédio de trinta andares para apartamentos e uma galeria comercial.


Como nossos operários são disciplinados e cumpridores de horário!


Iniciam suas atividades pontualmente às sete horas da manhã.


Param às onze horas para almoçar.


Tiram a sesta até às treze horas e reiniciam o seu trabalho até às cinco da tarde, quando não há hora-extra.


Estou condicionado ao barulho das obras, e penso como ficarei quando essas obras terminarem.


Gabriel Novis Neves

24-02-2023




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