Cuiabá é uma cidade conhecida nacionalmente como a capital do calor, e as quatro estações do ano aqui não existem na prática.
É frequente enfrentarmos temperaturas acima de 40º em pleno inverno cuiabano.
O melhor clima de Cuiabá acontece em pleno verão, quando as chuvas são frequentes.
Muitos me perguntam se, aos 88 anos de idade, eu já estou acostumado com o calorão da minha cidade.
Claro que não, respondo, pois não conheço ninguém que se acostuma com o que é ruim e lhe faz mal.
Soube por um casal de amigos que passou os primeiros dias deste ano na Noruega, no continente europeu, que os próprios noruegueses não suportam o seu clima, especialmente neste período do ano.
As ruas ficam cobertas da lama de neve, oferecendo riscos de quedas aos seus transeuntes que, mesmo bastante agasalhados, preferem ficar nas suas casas aquecidas.
Aqueles que têm boa situação financeira montam os seus negócios em outros países europeus, como a Itália, quando as estações do ano são mais humanas.
Em Oslo, capital da Noruega, o dia fica claro às dez horas da manhã e às duas da tarde começa a escurecer.
Por lá é possível observar o lindo espetáculo da natureza, a Aurora Boreal, e faz frio o ano todo.
Na nossa “Cuiabá fogo”, os piores meses para os turistas nos visitarem são na primavera, quando não chove e o calor é insuportável.
Muitas pessoas mais jovens me perguntam se Cuiabá sempre teve temperaturas altas.
Eu me recordo que quando era criança não sentia calor, e dormia sempre coberto com cobertores das Casas Pernambucanas.
Minha casa não tinha aparelho de ar refrigerado ou ventiladores.
Também não tínhamos água aquecida no chuveiro.
Meus uniformes escolares eram com paletós de brim e boné.
Casaco de frio era feito de crochê de lã pela minha mãe, e geralmente usada nas noites de festas juninas no quintal da casa do meu avô Alberto Novis.
Comecei a sentir calor em Cuiabá quando, formado em medicina, retornei à minha cidade natal, para exercer a minha profissão.
Comprei um pequeno ventilador de mesa.
Anos depois, um aparelho de ar condicionado para o meu quarto de dormir.
Hoje em todas as dependências do meu apartamento, possuo aparelhos de ar refrigerado, sem os quais não consigo viver.
Chego a acreditar nos ecologistas sobre o aquecimento global nesses últimos oitenta anos.
Gabriel Novis Neves
27-01-2023
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.