Certa ocasião me perguntaram em uma entrevista o que era a morte para um médico, e eu respondi ser um problema religioso.
Hoje a minha resposta não seria diferente, pois a interpretação da morte, que é sempre uma perda varia, se a morte for prematura por acidente, ou no encerramento do ciclo vital de causas múltiplas.
Nunca esquecer que temos a primeira morte que é a cerebral e a por parada dos batimentos cardíacos, quando então constatamos o óbito.
Desde que nascemos, crescemos, amadurecemos, envelhecemos, sabemos que iremos morrer.
Muitas vezes durante esse período corremos riscos de morrer, e o grande mistério é viver, pois morrer é certo.
O corpo sem vida é enterrado nos cemitérios, onde não mora ninguém.
Lá é a casa da saudade.
Temos a cremação, onde as cinzas pertencem à natureza.
A religiosidade sempre envolveu a morte, como a de Jesus Cristo que ressuscitou e subiu aos céus para os católicos e evangélicos.
Os antigos egípcios mumificavam os seus mortos e os guardavam em catacumbas.
Os Faraós eram enterrados em pirâmides com seus pertences.
Os índios do Xingu, ao norte de Mato Groso, após a celebração do Quarup, jogavam seus corpos no rio.
Assim é a morte, nunca ensinada nos cursos de medicina, onde temos uma visão tecnológica, com aparelhos grudados no corpo do paciente, sondas e drenos.
Com o surgimento dos transplantes dos órgãos, um eletroencefalograma é importante, pois o cérebro deixa de viver antes do coração parar de emitir batimentos cardíacos.
Se o doente deixou um documento registrado em cartório dizendo querer ser doador de órgãos, constatado a morte cerebral, é levado ainda com batimentos cardíacos ao centro cirúrgico.
Profissionais habilitados e bem treinados retiram os órgãos que acharem em condições de serem transplantados e são destinados ao Centro Nacional de Transplantes de Órgãos.
O corpo é preparado às vezes sem córneas, coração, valvas cardíacas, pulmões, pâncreas, rins, fígado, baço, ossos, tendões e pele, para ser velado, enterrado ou cremado.
O problema a ser resolvido é a alma, que a medicina não explica, ficando por conta da religiosidade de cada um.
Eu sou católico de nascimento, sigo a minha religião e respeito as demais quando o assunto é morte.
Gabriel Novis Neves
15-02-2023
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