Com exceção dos funcionários públicos que estão dispensados de trabalhar na segunda-feira de carnaval, muita gente trabalha nesse dia.
Bem antigamente os bailes famosos eram realizados na segunda-feira.
No Rio de Janeiro o “Baile do Cabide” era realizado em um clube chique às duas horas da tarde e terminava às oito da noite.
Seus participantes, na sua maioria eram homens casados, solteiros e mulheres sem compromissos.
Assim que os convidados chegavam, recebiam nas chapelarias um cabide e penduravam a camisa.
Era bem guardado e a camisa devolvida no final da festa, sem mancha de batom ou impregnada de odor de perfume.
Quando terminava a festa, alguns tomavam banho de corpo todo, escovavam os dentes e usavam o secador de cabelo dos banheiros para evitar chegar em casa com os cabelos molhados.
Usavam colírio lubrificante, tomavam antiácidos e pastilhas para a garganta.
O buffet era maravilhoso, sortido e abundante.
Os vinhos e whisky importados da melhor qualidade eram servidos à vontade.
As lindas mulheres dançavam fantasiadas no salão com um copo do escocês em uma das mãos, ou em cima das mesas.
Esse baile era patrocinado por multinacionais e seus convites cobiçadíssimos.
Ganhava um convite do meu tio que era advogado, solteiro e chefe da Alfândega!
Era paquerado pelo cargo que ocupava, estando sempre prestando favores àqueles que viajavam para o exterior e retornavam com “quinquilharias”.
Outro baile de carnaval famoso que era realizado na Segunda-Feira de Carnaval era o baile do Teatro Municipal, o mais elegante do Rio de Janeiro.
Toda a elite brasileira o frequentava, e o traje era à rigor para os homens e vestidos longos para as mulheres.
Também eram permitidas aos homens e mulheres fantasias de muito luxo e altíssimos preços.
Personalidades estrangeiras, artistas famosos internacionais eram convidados para abrilhantar esse baile.
Os homens usavam smoking com gravata borboleta e as mulheres, vestidos longos em tecidos nobres (brocados, tafetás), confeccionados por costureiros famosos.
Pelas redondezas do Teatro Municipal havia muita gente que ia “sapear” a entrada das celebridades.
Muitos chamavam esses bisbilhoteiros de “pessoal da garoa. ”
Nunca fui ao baile de Segunda-Feira de Carnaval do Teatro Municipal por não possuir recursos financeiros para comprar o traje de gala, nem a mínima curiosidade em estar lá.
Gabriel Novis Neves
20-02-2023
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