OBSESSÃO DO IDOSO

É uma forma mais comum e mais fácil do doente vir a se livrar.

Não precisa de atendimentos médicos especializados, como o emprego da psicanalise.

Escrevi recentemente manias que tive e deixei por vontade própria, sem auxílios de terceiros.

Atualmente a minha mania é com a feitura das crônicas que escrevo diariamente.

Após ler e relê-las várias vezes, encaminho à minha supervisora exclusiva.

Na devolução leio-as outras vezes e passo ao editor do meu blog do bar-do-bugre.blogspot.com para publicação.

Recebo-as publicadas no meu blog e procuro lê-las antes de compartilhar com meus amigos.

Raramente substituo duas ou três palavras para a leitura fluir mais facilmente.

Tenho muito respeito aos meus leitores, e esses excessos de cuidados tem um nome na medicina que se chama obsessão, e precisa de tratamento médico.

Quando estudei psiquiatria depois de concluído minha graduação em medicina, saía enquadrando todo o mundo nesse capitulo dos transtornos mentais.

A maior vítima foi o avô da minha mulher Regina, um colecionador de neuroses, que morava em uma casa na rua Paissandu, e várias vezes após fechar o portão da sua casa retornava ao local, para ter certeza que o mesmo estava fechado.

Eu o chamava de neurótico obsessivo, que é um indivíduo que sofre e faz com os que lhes estão próximos também sofram.

É uma doença aceita na sociedade e motivo de conversas em festas.

Os acometidos por ela trocam informações sobre as últimas novidades farmacológicas, já que todos possuem nos bolsos ou bolsas, um vidrinho do Rivotril gotas para uma emergência.

Ninguém nasce neurótico, porém, em contato com um neurótico, fabrica a sua defesa emocional tornando-se mais neurótico.

Podemos até afirmar que a neurose é uma doença transmissível, diferente das psicoses em número de duas: a doença bipolar e a esquizofrenia com as suas variáveis.

Não me considero um obsessivo, mas, um insaciável perfeccionista.

Acredito na perfeição das pessoas, humanamente impossível, pois é da natureza humana a capacidade de errar.

Quero me livrar dessa obsessão de corrigir o corrigido, e sofrer para conseguir a perfeição, sabendo que o que escrevo é lido pelas lentes dos microscópios dos professores da gramática da língua portuguesa.

Gabriel Novis Neves

20-09-2022