segunda-feira, 24 de outubro de 2022

REMÉDIOS


Pensei que eu fosse o recordista em tomar remédios de uso contínuo por dia, todos necessários e receitados pelos mais competentes especialistas.


Há três meses faço uma dieta orientada pelo meu endocrinologista, para poder tomar uma prescrição quando chegar, pelo menos, aos 90 quilos.


Estava com 103.800 quilos, que contraindicava o uso dessa droga receitada pelo meu primo neurologista do Rio de Janeiro, seguindo parecer do clínico geral dos Estados Unidos da América do Norte.


Hoje pela manhã ao acordar, me pesei na balança do banheiro.


Apesar de toda a minha torcida, o ponteiro acusou 92.200 quilos, e acho que só alcançarei a meta desejada de 90 quilos em novembro próximo.


Mesmo acrescentando um novo medicamento de uso contínuo, ficarei cinco pontos abaixo da minha amiga que é de 28 comprimidos por dia.


Interessante que todas às vezes que consulto especialistas eles se espantam com o número de remédios de uso contínuo e, ao terminar a consulta me receitam um novo, mesmo que seja um simples lubrificante ocular, três vezes ao dia.


A maioria das minhas consultas são pelo whtsap ou zoom, e só vou ao ortopedista por causa dos raios X dos joelhos, pré-requisito de qualquer consulta presencial.


Ao cardiologista para o eletrocardiograma, eco dopler transtorácico colorido do coração, dopler colorido das carótidas, aferição da bateria do marca-passo e seu tempo de uso, até chegar ao cardiologista que me examina detalhadamente com o diagnóstico de imagens.


Na saída pego com a sua atendente um amontoado de exames bioquímicos, devido à minha idade avançada.


Outra presença obrigatória é com o oftalmologista, que verifica a pressão ocular, fundo do olho e retinas.


Na saída sempre uma receita nova aumentando o grau das minhas lentes, mesmo sendo operado de catarata recebendo duas próteses há 19 anos.


Estou muito satisfeito com os meus médicos, que sempre acertaram nos seus diagnósticos.


Também duas vezes ao ano vou ao consultório da minha periodontista de muitos anos, para fazer prevenção da minha saúde bucal.


Ultimamente tem se discutido muito a medicina à distância e a telemedicina.


Assisti recentemente a uma palestra de um professor doutor, aposentado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com todos os títulos acadêmicos, membro da Academia Nacional de Medicina, muito conceituado e meu calouro no Hospital e Pronto Socorro Souza Aguiar.


Ele é radicalmente contra a telemedicina, e não sabe atender pelo zoom alguém que está em sua casa sentado num sofá.


Diz que o exame clínico se inicia com a entrada do paciente no consultório.


Se está caminhando bem, se trajando com cuidado, gentil, e respondendo com empatia as inúmeras perguntas da anamnese, antes do exame físico completo, onde é medido o seu pulso radial, pressão arterial, temperatura axilar, ausculta cardíaca, pulmonar, palpação abdominal, exames completos dos membros superiores e inferiores, no caso de paciente do sexo masculino e segundo as suas queixas e sintomas.


O colega do Rio não aceita a telemedicina, onde o médico não vê o paciente por inteiro, e ainda pergunta como está a sua pressão arterial, oximetria, pulso e resultado dos exames bioquímicos e de imagens que fez recentemente, invertendo totalmente a função médico-paciente.


Ele é da minha geração, que nunca usou o computador para escrever anamneses, e sim os antigos prontuários, e tem toda a razão, mas a nossa realidade é continuar com mais frequência consultando pelo whtsap e zoom.


Gabriel Novis Neves

22-09-2022




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