terça-feira, 12 de julho de 2022

NOVIDADEIRO


Tenho certeza absoluta que não sou uma pessoa novidadeira, com os inúmeros exemplos que posso relatar ao longo da minha vida.


Imagine um fanático torcedor de futebol de Cuiabá só conhecer a nossa Arena Pantanal do Cerrado após oito anos da sua inauguração, quando foi sede de jogos da Copa do Mundo de 2014.


Na ocasião tivemos vários jogos importantes, assim como nos anos seguintes.


Este ano mesmo o Cuiabá derrotou o esquadrão do Corinthians aqui, e preferi assistir ao jogo recostado com travesseiros na cama, ar refrigerado no quarto, vendo tudo pela televisão colorida.


Quando me lembro que insistia com o meu pai, que de futebol não entendia e tampouco gostava, para irmos ao Maracanã após dois anos da sua inauguração para a Copa do Mundo de 1950, sinto que piorei com os anos de ser novidadeiro.


Por pura coincidência essas duas estreias minhas no Maracanã e na Arena Pantanal foram em jogos do Botafogo.


No Rio o meu time jogou contra o Bangu, na estreia do meia Zizinho, e o placar foi de 6X0, com direito a gol do zagueiro Newton Santos, ídolo do Botafogo, que cede seu nome ao atual estádio do “Glorioso”.


Aqui, conheci a Arena em companhia do meu filho caçula e neto, roxo flamenguista e palmeirense, que foram “para secar” o meu Bota.


O Maracanã só conhecia por fotos, pois naquela época não existia televisão.


Já a Arena Pantanal conheço muito bem todas as suas dependências pelos canais de televisão e acompanhei a sua construção da sacada do meu jardim em prédio do 20º andar.


Meu sobrinho Marcelo Aude, com máquina de lentes poderosas, fotografava mensalmente a obra e eu publicava no site do Vila, o famoso SuperSiteGood.


Naquela ocasião poucos acreditavam que o estádio de futebol ficaria pronto para a Copa.


O Cuiabá por ser um time novo ainda não tem torcida, contando com o apoio bairrístico.


Eu mesmo fui torcedor do Americano, que desapareceu, como o Paulistano, Atlético, São Cristovão, Bancários, Comércio, Riachuelo, Palmeiras, os que me lembro.


Ficaram o Dom Bosco, Mixto, Operário e agora o Cuiabá.


Se prevalecer a “escrita” da minha primeira presença no estádio, o Botafogo deverá vencer a partida mas, como “certas coisas” só acontecem ao Bota, o Cuiabá poderá ser o vitorioso.


Em casa tenho camisas do Botafogo e Cuiabá, mas, irei ao jogo de branco, que é a cor neutra.


Não conseguirei torcer para nenhum time.


Encerro esta crônica ao voltar da Arena.


Foi uma partida de chutões, onde o Cuiabá dominou praticamente o tempo todo.


O resultado final, de onze jogadores do Cuiabá contra nove do Botafogo, foi merecido.


Deixei a Arena vitorioso e alegre.


Gabriel Novis Neves 

11-07-2022





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