Tenho escrito sobre a minha biografia e alguns leitores me pedem para eu escrever sobre a mãe dos meus filhos, que há dezesseis anos nos deixou.
Hoje é dia de aniversário da Regina, que estaria completando apenas setenta e oito anos de idade.
Ela era argentina, educada no Rio de Janeiro e a conheci depois de concluído o meu curso de medicina.
A diferença das nossas idades era de nove anos.
Foi a medicina a causadora do nosso conhecimento, que terminou em casamento e nossa vinda para sempre para morarmos em Cuiabá.
Era recém-formado em medicina e fui atender a um parente.
Fui chamado pelas suas filhas adolescentes, que eram muito amigas de uma menina contemporânea (16 anos).
Ela era moradora no seu edifício em andares diferentes, na rua Senador Vergueiro (Flamengo).
Desse encontro ao casamento para sempre, foram decorridos três anos.
Seus três filhos (1964-1965-1967), nasceram na velha Maternidade de Cuiabá e seu médico foi o Dr. Clóvis Pitaluga de Moura.
Habituou-se rapidamente aos hábitos da cidade que escolhera para viver, embora tenha deixado no Rio, mãe, irmãos e avô.
Fui um quase ausente de casa pelos trabalhos que me foram oferecidos no início da minha carreira, e ela sempre me incentivou.
Foi a responsável principal pela educação dos meus filhos, tendo vivido a recompensa de ver um filho bacharel em Direito, outro Odontólogo e, o caçula Médico.
Era a cuidadora dos negócios da família, que administrou com rara felicidade.
Mulher inteligente, poliglota, sempre foi pioneira na absorção das conquistas tecnológicas, como a TV, o telefone móvel e computador.
Culta, lia muito e viajou o necessário para conhecer os principais países da América do Sul, Central, do Norte e Europa.
Me ajudou muito em minha carreira, sendo sempre, a minha principal conselheira.
Nunca fiz nada que não tivesse a sua aprovação.
Lutamos juntos e, quando precocemente ficamos com o ninho vazio, pois os meus filhos se casaram muito jovens, descobriu a arte de cozinhar e preparar deliciosas sobremesas.
Infelizmente, um “achaloma” pois fim a nossa união de quarenta e três anos.
Hoje, aos oitenta e sete anos, não saio mais de casa e, vendo meus filhos, noras, genro, netas, netos, bisnetas e bisnetos, não há como me esquecer da minha Regina.
Gabriel Novis Neves
04-07-2022
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