sábado, 2 de julho de 2022

MUNDO GLOBALIZADO


Dia desses encaminhei como de hábito uma crônica para a minha amiga.


Ela me respondeu que durante alguns dias as suas respostas não seriam diárias, pois estava em Seul na Coreia, com diferença de treze horas para Cuiabá.


Gentileza gera gentileza, agradeci a justificativa para quem está do outro lado do mundo.


Assim mesmo ela acusa o recebimento das minhas mensagens, motivo de orgulho para mim.


Li na mídia social que a Receita Federal havia restituído a segunda parcela de recursos para aqueles contribuintes que têm esse direito.


Eu o adquiri por conta de despesas médicas com internação por uma semana em São Paulo e fisioterapia que há três anos faço em casa.


Enviei uma mensagem a minha contadora que imaginava em seu escritório, bem perto do meu apartamento.


Ela logo me respondeu dizendo que só poderia fazer essa consulta, quando chegasse à Cuiabá daqui a três dias, pois estava terminando uma visita à Grécia.


A arquiteta que fez a decoração em um pequeno apartamento que comprei, há quatro anos mora na Austrália, recebe as minhas crônicas diariamente, as visualiza, lê e comenta.


Quando nós falamos pelo celular, sempre lhe pergunto as horas para medir o tamanho da conversa.


Este louco mundo globalizado aproxima de tal forma as pessoas, que invadem a sua própria privacidade, razão para alguns resistirem ao seu uso.


Muitas profissões os têm como ferramenta de trabalho, desgastantes enumerá-las.


Minhas bisnetas passaram quinze dias na França, e diariamente conversava com elas, via vídeo do meu iPhone.


O mesmo acontece com o meu bisneto que mora em Portugal.


Essas crianças estão sendo criadas sem limites das distâncias e muitas das nossas crenças.


Como estaria sentindo o nosso Marechal Rondon, o patrono das comunicações, diante do avanço da tecnologia, onde um pequeno celular substituiu as linhas telegráficas que heroicamente ele implantou no Brasil?


É o mundo globalizado, onde as guerras são feitas à distância com efeitos devastadores, e as barreiras sanitárias foram destruídas pelo vai e vem das pessoas ao redor do mundo, facilitados com os transportes aéreos.


Um mau humor na China faz o preço da cesta básica aumentar nos mercados de Cuiabá, e o preço da gasolina disparar.


Este é o mundo que deixaremos como herança aos nossos bisnetos, onde a gramática será substituída pelo tik tok.


Gabriel Novis Neves

21-06-2022




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